Direita uruguaia rebate Bolsonaro
Chile cancela eventos globais ▪ Mortes em protestos na Bolívia ▪ Cuba se reaproxima da Rússia ▪ País a país, um resumo das notícias do continente, no Giro Latino #4
A América Latina se despede de um mês de outubro que não vai terminar tão cedo. Dos Andes aos meridianos, países seguiram um script com protestos, crises políticas e eleições. Todas sementes para ainda mais incerteza na região. Chile, até então vizinho-modelo, agora está em xeque. Bolívia, que caminha para mais 5 anos de Evo, fica entre os bons números e a ideia do jogo sem transição. O Haiti, imerso em pobreza, parece fugir à temporalidade da crise, enquanto o governo vive na iminência da queda. Na Argentina, volta o peronismo, na mistura do pragmatismo e do kirchnerismo. Resta o Uruguai, mais calmo, mas que pode ver uma guinada política depois de 15 anos – e cujos efeitos são imprevisíveis.
Respirem, que o furacão mais forte já passou (por enquanto). Bem-vindos a mais um GIRO LATINO.
Un sonido:
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ARGENTINA 🇦🇷
Como fez a ex-presidente (e agora vice) Cristina Kirchner em 2008, o governo de Mauricio Macri expandiu o cepo cambial, que restringe e controla as operações de câmbio. Segundo o Banco Central (BCRA), há um limite de US$ 50 por operação de cartão no exterior. Usada em tempos de crise, uma medida similar foi abolida por Macri em seus primeiros dias de governo. Agora, repete o receituário. No Clarín.
Entre as derrapagens de Macri, as quedas de ministros e de líderes do BCRA foram marcantes. Em nova coluna, Federico Sturzenegger, que liderou o Banco de 2015 até o insustentável 2018, conta por que as coisas deram tão errado para o liberal – e o que se pode tirar de bom. No Infobae.
A aproximação de Bolsonaro não foi útil a Macri. Em gesto republicano, o chanceler Jorge Faurie enviou uma carta ao embaixador brasileiro em Buenos Aires, Sergio Danese, repudiando as falas de Bolsonaro contra a vitória do peronista Alberto Fernández. Faurie também criticou o deboche de Eduardo Bolsonaro a Estanislao Fernández, filho do presidente eleito e drag queen. O jovem respondeu ao post de Eduardo. Sem respaldo em Brasília, o eleito Fernández foi ao México se encontrar com López Obrador. Na maré do isolamento, outra derrota para Bolsonaro: o presidente Donald Trump telefonou para Fernández e o parabenizou pela vitória, dizendo que “acompanhou tudo pela TV”. No primeiro contato, o republicano disse que instruiu o FMI a trabalhar com o governo eleito. No Clarín.
BOLÍVIA 🇧🇴
Ainda indefinidas, as eleições bolivianas, que deram nova vitória a Evo Morales, podem passar por uma auditoria da OEA. Eleito, Evo disse concordou com a revisão, dizendo que não há qualquer possibilidade de fraude. Já Mesa, seu adversário, rechaçou a nova contagem, alegando que foi uma ação acordada de forma unilateral. Para o opositor, é necessário fazer um novo pleito. Na BBC.
Vivendo protestos desde que os resultados anunciando a vitória de Evo começaram a aparecer em 21/10, a Bolívia teve nesta semana as primeiras mortes confirmadas em manifestações. Segundo as autoridades, as duas vítimas foram alvos de tiros durante a madrugada da última quinta (31), em Santa Cruz de la Sierra. Na Veja.
CHILE 🇨🇱
Embora tenha saído do estado de emergência na segunda (28), o Chile ainda não viu o término dos protestos. Diante da incerteza, o presidente Sebastián Piñera viu-se obrigado a cancelar dois eventos internacionais que havia conquistado para o país: o fórum da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), marcado para 16 e 17/11, e a conferência climática COP-25, que ocorrerá em dezembro (transferida para a Espanha). Na Apec, China e EUA assinariam um acordo sobre as disputas comerciais que causaram instabilidade na economia mundial nos últimos meses. Por outro lado, a final da Copa Libertadores segue mantida para Santiago, em 23/11, embora o próprio Campeonato Chileno de futebol vá para a terceira semana seguida sem jogos. Piñera também convive com a ameaça de uma acusação constitucional, processo semelhante ao impeachment, pela forma como o Estado reagiu aos protestos. Parte da oposição é contra a acusação a Piñera, mas há apoio a uma que julgue o agora ex-Ministro do Interior, Andrés Chadwick, responsável direto pela repressão que levou a pelo menos cinco mortes nas mãos de militares e policiais, além de relatos de tortura e abuso sexual de manifestantes detidos. Entre as brutalidades, uma série de lesões oculares que fizeram muitas pessoas perderem a visão.
COLÔMBIA 🇨🇴
Após quase uma década de queda nos índices de homicídios, entre 2009 e 2017, a Colômbia vive desde o ano passado um novo aumento no número de mortes violentas. No ano corrente, até o final de setembro, houve 8.612 homicídios confirmados no país, um aumento de 2,1% em relação ao ano passado. Nesta semana, um ataque ganhou as manchetes: um grupo armado matou cinco pessoas na comunidade de Tacueyó, no departamento de Cauca. Entre as vítimas estava a líder indígena Neehwesx Cristina Bautista.
O projeto Cartas para a Reconciliação quer humanizar a relação entre ex-membros das FARC e civis – que por meio século foram componentes de uma onda de violência armada. A iniciativa é de dois cientistas políticos, que falam em “reduzir a polarização” em meio ao processo de paz. Na Folha de S. Paulo.
Morreu aos 75 anos o jornalista e escritor Alfredo Molano Bravo, tido como um dos maiores experts no universo das FARC. Autor de 27 livros, deixou também análises profundas sobre as nuances do campo colombiano, dividido entre a vida modesta e domínio das armas. Em El Espectador.
Un hilo:
COSTA RICA 🇨🇷
Melhor entre os vizinhos da fronteira, mas ainda com índices econômicos delicados. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas do país, o desemprego cresceu 1,2% em 2019 e já atinge 11,4% da população economicamente ativa (cerca de 278 mil costarriquenhos). No Nuevo Diario.
CUBA 🇨🇺
Enquanto os Estados Unidos antagonizam a ilha com mais afinco sob Donald Trump, Cuba volta a ensaiar uma aproximação com a Rússia, velha aliada da Guerra Fria. No início de outubro, o primeiro-ministro Dmitri Medvedev esteve em Havana e, na última terça-feira (29), foi a vez de o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, encontrar-se em Moscou com seu equivalente russo, Vladimir Putin. Díaz-Canel elogiou o papel do Kremlin frente às “ameaças” vindas de Washington. Putin se comprometeu a retribuir a visita no ano que vem. Via AFP.
EL SALVADOR 🇸🇻
Cada vez mais próximo de Washington, o presidente Nayib Bukele anunciou a extensão do programa Status de Proteção Temporal (TPS, na sigla em inglês), que dá mais um ano para que os dois governos definam a situação de salvadorenhos que residem nos EUA sem visto. Segundo o embaixador norte-americano em San Salvador, a medida ajuda até 263 mil cidadãos do país centro-americano. A crise migratória ainda é um dos principais problemas do pequeno país, que vê fome, violência e problemas econômicos motivarem o êxodo. Em El País.
EQUADOR 🇪🇨
Obrigado a recuar na medida que pôs fim ao subsídio aos combustíveis, estopim dos protestos que varreram o país no início de outubro, o presidente Lenín Moreno agora corre o risco de não cumprir com as metas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para reduzir o endividamento do Equador. O governo previa arrecadar cerca de US$ 2,27 bilhões a mais em 2020 com as medidas que a população barrou. Em El Universo.
A economia seguirá estagnada no ano que vem, diz a última estimativa do Banco Central do Equador (BCE), apontando que o PIB equatoriano registrará um crescimento de apenas 0,6% em 2020. O próprio BCE havia previsto, para 2019, um incremento de míseros 0,2%, e ainda não estão incluídos os impactos dos protestos e do estado de exceção. Em El Comercio.
GUATEMALA 🇬🇹
Guatemaltecos lideraram os pedidos de refúgio nos EUA no último ano fiscal, encerrado em setembro: mais de 185 mil famílias se entregaram às autoridades fronteiriças estadunidenses, além de 30,3 mil crianças que viajavam desacompanhadas. Apesar do endurecimento do controle imigratório de Trump, o total de famílias guatemaltecas tentando entrar nos EUA cresceu 267% em um ano. Na Prensa Libre.
Una expresión:
Hasta la coronilla – frase que sugere irritação ou impaciência. Embora a “coronilla” seja a parte superior da cabeça, a expressão mais próxima no português é “de saco cheio”.
HAITI 🇭🇹
Pelo menos 42 pessoas morreram e 86 ficaram feridas desde que os protestos contra o presidente Jovenel Moise se intensificaram, em setembro, na sequência de uma escassez de combustíveis no país. Dezenove mortes são atribuídas a agentes do Estado, segundo divulgou nesta semana o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Via AFP.
HONDURAS 🇭🇳
Uma equipe hondurenha obteve o primeiro lugar das Américas em uma competição mundial de robótica celebrada em Dubai, no fim de outubro. O torneio reuniu 1,5 mil estudantes de 191 países e os robôs, montados e programados pelos participantes, deviam ser capazes de superar uma série de desafios. Além de ser o melhor do continente, “Laura”, o invento hondurenho, ficou em 15º lugar global. Em La Prensa.
MÉXICO 🇲🇽
Mais de duas semanas depois, a prisão e posterior soltura de Ovidio Guzmán, filho do megatraficante “El Chapo”, segue dando o que falar. Na quarta (30), foi divulgado um vídeo da operação de captura em 17/10. Aliados de Chapo promoveram o caos em Culiacán, capital do estado de Sinaloa, até que Ovidio acabasse liberado pelas autoridades intimidadas, horas mais tarde. Em El Universal.
O México saiu derrotado mais uma vez na luta pela posse de artefatos pré-colombianos, que estão sendo leiloados na França. As 44 peças – das culturas maia, olmeca, azteca, zapoteca e teotihuacana – são alvo do governo mexicano, que aponta para leis “hostis” que impedem o retorno dos itens de patrimônio cultural. Em El País.
NICARÁGUA 🇳🇮
As Mães de Abril, movimento de familiares das vítimas do regime de Daniel Ortega, denunciaram que têm sido vítimas de tentativas de intimidação por dos agentes do governo. O fustigamento incluiria até mesmo violações às tumbas de seus filhos. Em setembro, as Mães de Abril passaram a incluir uma integrante brasileira: Maria Costa, mãe da estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, morta por grupos paramilitares em Manágua, no ano passado. Em La Prensa.
PANAMÁ 🇵🇦
Em dezembro de 1989, mais de 27 mil soldados dos EUA invadiram o Panamá para derrubar o regime do general Manuel Noriega. Os conflitos deixaram, oficialmente, 500 mortos, mas estimativas posteriores apontam até 4 mil vítimas. Um filme que estreou no país na quinta-feira (31) busca contar a “versão panamenha” dos fatos: Operación Causa Justa narra as horas anteriores e posteriores à chegada dos norte-americanos (veja o trailer). Via AFP.
PARAGUAI 🇵🇾
O presidente Mario Abdo Benítez voltou a afirmar que “não é culpado” pela assinatura do agora anulado tratado de Itaipu, visto como “entreguista”, que desencadeou uma crise política no país em julho. Na quarta (30), a comissão que investiga o caso divulgou um resumo de seus achados e concluiu que “Marito” está implicado, mas jogou a maior parte da culpa no então embaixador Hugo Saguier, que liderava a missão diplomática paraguaia nas negociações. No ABC Color.
PERU 🇵🇪
O presidente Martín Vizcarra anunciou na quarta (30) um pacote de medidas de combate à corrupção, descentralização e desenvolvimento para os próximos meses. O mandatário dissolveu o Congresso em 30/9, anunciando novas eleições para janeiro de 2020. Durante a semana, o Tribunal Constitucional aceitou uma ação da oposição para avaliar se Vizcarra violou a Constituição ao fechar o Parlamento, mas rejeitou uma medida cautelar que o reabriria. Após ouvir o governo em até 30 dias, os magistrados devem se pronunciar sobre a legalidade da dissolução. O trâmite pode provocar o adiamento das eleições, marcadas para 26/1. Na maior crise institucional desde o “autogolpe” do ditador Alberto Fujimori em 1992, o Peru segue à espera de novos capítulos.
Un clic:
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
Em meio à crise infinita do vizinho Haiti, o governo dominicano resolveu aumentar o contingente militar na fronteira. A partir da última semana, ao menos 600 novos postos serão preenchidos, diz o Ministério da Defesa. Muitos haitianos fogem para o território ao lado. Em El Día.
URUGUAI 🇺🇾
Favorito a derrotar a esquerda no segundo turno, o presidenciável Luis Lacalle Pou buscou se distanciar do apoio do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que durante a semana manifestou desejar uma vitória de Pou. Se estivesse no lugar de Bolsonaro, disse o uruguaio, “esperaria os resultados, pois, ganhe quem ganhe, tenho que me dar bem (com o vencedor)”. No poder desde 2004, a Frente Ampla liderou as contagens do primeiro turno, com Daniel Martínez, mas corre atrás na segunda volta, já que os adversários conservadores se uniram em bloco para apoiar Pou. Os uruguaios voltam às urnas em 24/11. Em El Observador.
A chancelaria uruguaia convocou o embaixador do Brasil, Antônio Simões, para pedir explicações sobre as declarações de Bolsonaro. Os uruguaios temem a ingerência estrangeira sobre um processo eleitoral em curso. Em El Observador.
VENEZUELA 🇻🇪
O equivalente a US$ 315 milhões em dinheiro vivo chegou à Venezuela, desde Moscou, em pelo menos seis carregamentos enviados por avião entre maio de 2018 e abril de 2019, segundo reporta a Bloomberg. Essa transferência “aérea” seria uma forma de o regime de Nicolás Maduro driblar as sanções econômicas impostas pelos EUA, que dificultam o acesso da Venezuela ao sistema financeiro mundial e, consequentemente, a divisas fortes como o dólar e o euro. No UOL.
A Polícia Federal do Brasil confirmou que o navio suspeito pelo vazamento de petróleo no litoral do Nordeste não era venezuelano. Trata-se do petroleiro Bouboulina que, embora carregasse óleo extraído na Venezuela, pertencia à Grécia. Ele estava levando a carga para a Malásia quando o acidente teria ocorrido. No G1.
🗳️ Escalada da violência se reflete nas urnas uruguaias
Recorrentemente visto como um oásis de tranquilidade e estabilidade na América do Sul, o Uruguai teve de se confrontar com números e realidades distintas nos últimos anos: em 2018, segundo o Ministério do Interior, o país viu os índices de furtos, roubos e assassinatos aumentarem de forma brusca em Montevidéu e em várias cidades do interior. No que se refere aos índices de homicídios, o país teve a quarta pior taxa do subcontinente (11,8 crimes a cada 100 mil habitantes), só inferior ao que se registrou em Venezuela, Brasil e Colômbia, o que escancarou o debate sobre o tema em todo o território nacional. Assim, a preocupação com a segurança pública se tornou a principal pauta das eleições gerais que ocorreram no domingo (27) – e que, para a escolha do presidente, se definem em segundo turno, em 24/11, entre Daniel Martínez e Luis Lacalle Pou. Quarto colocado nas eleições presidenciais, o ex-comandante do Exército, Guido Manini Ríos, do novo partido Cabildo Abierto, buscou representar nas urnas o eleitorado amedrontado com a violência. Afastado do comando do Exército em março pelo presidente Tabaré Vázquez após declarações que relativizavam a atuação de oficiais das Forças Armadas durante a última ditadura militar, Manini Ríos dedicou a campanha a prometer soluções para combater a criminalidade e obteve 10,9% dos votos. Seu Cabildo Abierto elegeu onze deputados e três senadores, além de ter obtido votação relevante em departamentos do interior como Tacuarembó, Rivera e Cerro Largo. Por outro lado, a reforma constitucional proposta pelo senador do Partido Nacional e pré-candidato derrotado nas primárias presidenciais, Jorge Larrañaga, que, entre outras medidas, indicava a criação de uma guarda nacional composta por membros das forças armadas, foi derrotada no plebiscito que acompanhou as eleições. Intitulada “Vivir sin miedo”, a reforma não alcançou a maioria necessária para ser aprovada, ainda que tenha chegado perto, com 46% dos votos. Mesmo com a reforma barrada, a crescente violência torna improvável a continuidade da Frente Ampla no governo. (por Iuri Müller, especial para o Giro Latino)
⚽ Sem jogo, com assembleia
As manifestações chilenas não fizeram apenas o campeonato local ser interrompido (e a final da Libertadores, marcada para o país, ter sua realização posta em dúvida): também tiveram envolvimento direto da própria comunidade do futebol. Desde ídolos se manifestando sobre as injustiças do país até referências futebolísticas em cartazes nas ruas, um dos atos que chamou mais a atenção na última semana foi a convocatória feita por craques do Colo-Colo, o clube mais popular do país, para uma audiência pública (um “cabildo”) em seu estádio. Na quinta (31), o clube abriu as portas do Estádio Monumental David Arellano para sócios e torcedores registrados discutirem os rumos do Chile. Mais de 1,5 mil pessoas compareceram. Na Trivela.
♀️ La alcaldesa
Pela primeira vez, os colombianos elegeram uma mulher para a prefeitura de Bogotá. Com mais de um milhão de votos e o apoio de 35% do eleitorado, Claudia López vai comandar o segundo cargo mais importante do país e a terceira cidade mais populosa da América do Sul. A disputa foi apertada: seu principal concorrente – Carlos Fernando Galán, filho de Luis Carlos Galán, presidenciável liberal assassinado em 1989 – ficou apenas três pontos atrás. “Carlos Fernando, sua família e sua equipe sabem que minha vida sempre vai honrar o legado de seu pai”, disse López no discurso vencedor. A prefeita eleita ainda destacou a luta política das mulheres, o papel dos jovens, o combate ao racismo e à xenofobia. Ao lado dela, na tribuna, estava o principal nome da Alianza Verde, o senador Antanas Mockus, ex-prefeito de Bogotá por dois mandatos e conhecido por mostrar as nádegas em público quando se quer fazer ouvido. A vitória da candidata de centro-esquerda, também representante da comunidade LGBT+, foi um duro golpe para os uribistas conservadores e até mesmo para o ex-presidenciável esquerdista Gustavo Petro, que resmungou pela derrota de seu candidato no Twitter. Filha de professora, criada em uma zona pobre da capital colombiana, López seguiu os passos da mãe. Conquistou bolsas de estudo no exterior, obteve mestrado em administração pública na Columbia University, de Nova York, e um doutorado em ciência política pela Northwestern University. Na juventude, participou do movimento estudantil que pressionou o Congresso colombiano a aprovar a Constituição de 1991. O caso de corrupção na Universidad Distrital desatou uma série de manifestações dos estudantes bogotanos em outubro. Na campanha, López prometeu criar 20 mil vagas no ensino superior e fortalecer a educação pública. (por Juan Ortiz)
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