Argentina suspende participação no Mercosul
Covid: 149,6 mil casos e 7,4 mil mortes || Cepal: Paraguai sofrerá menos com a crise || Uruguai reabre escolas rurais || País a país, um resumo das notícias do continente, no Giro Latino #27
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nos últimos minutos da sexta-feira (24), que o país vai suspender sua participação no bloco econômico do Mercosul por divergências com Brasil, Paraguai e Uruguai. A decisão foi tomada após Buenos Aires discordar do avanço nos acordos comerciais de livre-comércio entre o bloco e países como Coreia do Sul, Líbano, Canadá e Índia, que acontece em meio à pandemia do coronavírus. A decisão foi comunicada pelo Ministério de Relações Exteriores do Paraguai, quem ocupa a presidência rotativa do Mercosul. No comunicado, Assunção afirma que a Argentina decidiu deixar de participar “destas e de futuras negociações comerciais”, com exceção às tratativas já encaminhadas entre o Mercosul e a União Europeia e também entre sul-americanos e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
O que diz a Argentina. Como os editores deste GIRO contaram no Intercept Brasil, o governo Fernández é um dos que vem lidando bem com a pandemia, principalmente em termos comparativos. Além de defender o isolamento, governo e oposição têm dado prioridade a medidas econômicas ligadas ao coronavírus, sobretudo pela grave crise econômica que já assola o país. Segundo os argentinos, abrir uma nova área de livre-comércio diante das incertezas quanto ao cenário econômico pós-pandêmico não seria prudente. Fernández é um líder de centro-esquerda, moderado. Do lado de lá do espectro, o paraguaio Mario Abdo Benítez e o recém-chegado uruguaio Luis Lacalle Pou, de centro-direita, também. As únicas rusgas possíveis poderiam ser entre o argentino e Jair Bolsonaro, relação que até começou caótica. Com o andar da carruagem, porém, as faíscas deram lugar a um clima de tolerância, sacramentado com a visita do chanceler argentino Felipe Solá a Brasília, em fevereiro. Com isso, tudo apontava para a trégua. O covid-19 chega para mudar o cenário. Embora a medida argentina não represente uma ruptura definitiva com o Mercosul, ela pode paralisar qualquer negociação no curto prazo, já que o bloco precisa que o quarteto assine conjuntamente os acordos com outros países.
Mercosul-UE. O “acordo do século” demorou 20 anos para sair, mas ainda não saiu. O que isso quer dizer? O acordo comercial entre os dois blocos – que, juntos, representam um quarto da economia global – foi assinado em Bruxelas em 2019, mas ainda precisa ser ratificado pelos respectivos parlamentos de cada país para ser posto em prática, algo que ainda pode estar longe de ocorrer. Vale reforçar: a decisão inesperada dos argentinos não engloba esse acordo, que é a menina dos olhos do Cone Sul. O assunto é bem explicado no Nexo.
😷 Enquanto o caos reina na política do continente (e do Brasil), a pandemia piora na América Latina: a sexta-feira (24) encerrou com o recorde de novas mortes (664), em um continente que já registrou quase 150 mil contágios e chorou 7.421 vítimas oficiais do covid-19. Nos últimos sete dias, os casos cresceram 63% (eram 91,8 mil) e as mortes, 70% (eram 4.366). Confira nosso detalhamento por país.
Un sonido:
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ARGENTINA 🇦🇷
As restrições da quarentena começarão a ser afrouxadas ainda mais no interior do país a partir da próxima segunda-feira (27), em zonas onde ainda não há registro de circulação do coronavírus. O governo, que já havia anunciado uma série de atividades que poderiam ser retomadas mesmo na capital, divulgou uma lista de novas isenções. A ideia é partir para uma “quarentena administrada” nas próximas semanas, seguindo até 10/5, pelo menos. No Página 12.
O governo não pagou os juros de títulos públicos com vencimento na quarta (22), iniciando uma contagem regressiva de 30 dias para formalizar um novo calote na dívida. Nas últimas semanas, a Argentina vem tentando convencer os credores a aceitar uma renegociação para não entrar em default, mas os termos ainda não foram acordados. O valor não pago, desta vez, correspondia a US$ 503 milhões. Na RFI.
Uma rebelião deixou pelo menos 11 agentes penitenciários feridos na prisão de Devoto, a única a operar dentro da cidade de Buenos Aires (e palco da revolta mais letal da história das prisões do país, em 1978), na sexta (24). O motim dos detentos começou após um dos agentes ser diagnosticado com covid-19. Eles reclamam por melhores condições de higiene, dizendo que se negam a morrer no cárcere. Devoto tem quase 1,7 mil apenados. No Clarín.
Morreu aos 77 anos o humorista e locutor argentino Marcos Mundstock, famoso integrante do grupo artístico Les Luthiers. Considerado um gênio da comunicação, o argentino de sangue polonês foi vitimado por uma doença diagnosticada em 2019. Em El País.
BOLÍVIA 🇧🇴
Em meio à emergência do coronavírus, uma doença que há 20 anos não dava as caras no país reapareceu em Santa Cruz de la Sierra: uma gestante de 29 anos tornou-se o primeiro caso de sarampo na Bolívia desde o ano 2000. Ela foi isolada e o governo, preocupado, anunciou uma campanha de vacinação para quando a quarentena do covid-19 chegar ao fim. Após mais de uma década e meia sem casos, o sarampo havia sido considerado erradicado na Bolívia em 2017. Em La Razón.
CHILE 🇨🇱
Jaime Mañalich, o ministro da Saúde, causou desconforto no governo ao declarar que o fechamento das escolas pela pandemia foi um “grave erro”. Mañalich se referia, especialmente, ao fato de que muitas crianças ficaram sem vacinação na época prevista, já que a imunização contra o Influenza é feita em ambiente escolar. Tanto a Presidência do Chile quanto o Ministério da Educação, além de sindicatos de professores, repudiaram as declarações. O presidente Sebastián Piñera, inclusive, adiou o reinício das aulas, originalmente previsto para a próxima segunda (27) e diz que a ideia, agora, é fazê-lo de forma gradual em maio. Em La Tercera.
Um dos destaques latino-americanos no combate ao coronavírus, com alto número de testes e baixa letalidade (na casa de 1,4% dos infectados, maior apenas que os 0,9% da Costa Rica na região; no Brasil, o índice é de 6,9%), o Chile também tem seus próprios bons exemplos internos. Aysén, na região patagônica, foi foco de preocupações no início da pandemia, mas reagiu rápido e acabou registrando apenas 7 casos de covid-19, todos já recuperados, e nenhum novo contágio desde março. Por lá, o isolamento já foi suspenso. Em La Tercera.
Un hilo:
COLÔMBIA 🇨🇴
A Comissão da Verdade estabelecida para investigar as violações cometidas durante o conflito com as FARC realizou mais de 10 mil entrevistas em 2019, segundo um relatório divulgado nesta semana. Mesmo com esse período de violência superado, porém, o país já vive um novo surto, tendo se tornado um dos piores lugares do mundo para lideranças sociais e comunitárias, com mais de 200 mortos só em 2019. Em El Colombiano.
A Rappi, empresa de entregas que é colombiana de nascimento, está testando um novo método na cidade de Medellín: para manter o ritmo sem expor funcionários ao coronavírus, a companhia aposta em pequenos robôs-entregadores. A tecnologia é capaz de armazenar pedidos de até 35 cm². Atualmente, a Rappi tem 200 mil autônomos distribuídos pela América Latina. No 20Minutos.
COSTA RICA 🇨🇷
Empresários pediram ao presidente Carlos Alvarado que, ao invés de aumentar impostos, reduza os gastos públicos para combater a crise. O pedido foi feito após o governo sugerir um “imposto solidário” a quem recebe salários acima de 1 milhão de colones (R$ 9,5 mil). Segundo os comerciantes, todas as famílias já estão fazendo sacrifícios, independentemente da renda. A Costa Rica, que tem a menor letalidade por covid-19 da América Latina, ensaia reabertura e o governo prometeu apresentar um pacote de propostas para a retomada. No Nación.
CUBA 🇨🇺
A ilha nunca ficou tão próxima de um novo Período Especial, nome dado à década crítica que veio na sequência do esfacelamento da URSS, em 1991. Em crise há alguns anos, Cuba vê os índices piorarem e já adota a “libreta de racionamiento”, medida criada nos áureos tempos da revolução que tem como objetivo garantir produtos da cesta básica em tempos de escassez. Com a pandemia e os longos anos de bloqueio econômico a mando de Washington, o clima é de anos 90. Além do sistema de racionamento, a ilha pensa em sistemas de entregas virtuais para respeitar o isolamento. Via Reuters.
EL SALVADOR 🇸🇻
Após o presidente Nayib Bukele assinalar que não acataria ordens do Congresso ou da Justiça se contrariassem o que ele entende como as medidas mais adequadas para a quarentena, a ONU chamou a atenção do país: Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e hoje Alta Comissária para os Direitos Humanos da entidade, alertou que El Salvador pode estar vivenciando um desapego ao Estado de direito e pediu que as autoridades investiguem potenciais violações. Em ElSalvador.com.
Mostrando habilidades nas redes, o presidente conseguiu reverter uma situação que quase gerou sua primeira crise de imagem. Mesmo agindo bem na pandemia, Bukele foi acusado de mentir sobre seu paradeiro: o boato foi de que o líder estava em Miami e não na capital San Salvador. Após a repercussão, postou uma foto em seu gabinete, o que acabou gerando novos memes que apontavam o uso de photoshop. Sem se intimidar, Bukele mudou sua foto de perfil para brincar com a teoria de que teria sido abduzido.
EQUADOR 🇪🇨
Em uma atualização que chocou o continente, o Equador registrou o maior aumento de casos de coronavírus em 24 horas de toda a América Latina desde o início da pandemia: na quinta (23), foram 11.310 novos casos, número que duplicou o total da véspera. Segundo o ministro da Saúde, não se tratava de uma explosão do surto, mas da divulgação de resultados “represados” dos dias anteriores, dando uma dimensão mais clara da crise que já existia. Guayaquil, a segunda maior cidade do país, tornou-se símbolo do colapso sanitário no continente no fim de março.
GUATEMALA 🇬🇹
Um grupo de pessoas com coronavírus, composto por deportados pelos EUA, tentou fugir de um hospital de campanha e criou uma enorme confusão. Segundo informações do presidente Alejandro Giammattei, havia um plano de fuga em massa do local. Após o episódio, os pacientes serão assistidos com ajuda psicológica e transferidos para alas separadas, a fim de evitar o motim. Na Prensa Libre.
Un nombre:
Túpac Amaru – nascido José Gabriel Condorcanqui, o indígena peruano liderou o maior movimento anticolonialista das Américas antes de Simón Bolívar – e foi esquartejado pela coroa espanhola em 1781, dois anos antes do nascimento do Libertador. Ele não foi o primeiro nem o último Túpac Amaru, nome que significa “serpente resplandescente” em quéchua. Leia mais.
HAITI 🇭🇹
O país mais pobre do hemisfério segue à beira de um colapso sem rosto. Sem números confiáveis e apenas cinco mortes por covid-19 confirmadas oficialmente até o fechamento desta edição, o que significa só 0,07% dos casos fatais na América Latina, o governo haitiano levou adiante sua promessa da semana passada e autorizou a Associação de Indústrias a retomar a atividade de pelo menos 38 fábricas no país. Nas ruas, a maioria sequer usa máscara, reporta a mídia local. No Diario Libre.
Com 40% da população sofrendo de insegurança alimentar, o governo tenta criar estratégias para evitar um desastre ainda maior. Por meio do Fundo de Assistência Econômica Social (FAES), o presidente Jovenel Moïse tenta investir na distribuição de alimentos, mas a medida ainda é incerta. Em La Vanguardia.
HONDURAS 🇭🇳
O abandono de um hospital de campanha aberto para lidar com a pandemia será alvo de investigação. As instalações erguidas em Villanueva, a 250 km de Tegucigalpa, foram criadas para desafogar os hospitais da vizinha San Pedro Sula, a maior cidade do país após a capital (e que teve a triste fama de ser a mais violenta do mundo no início dos anos 2010). Uma inspeção nesta semana, porém, descobriu as barracas vazias e os equipamentos faltando. Em El Heraldo.
MÉXICO 🇲🇽
O Senado aprovou a lei que prevê anistiar 6 mil presos condenados pelos chamados “delitos leves”, a fim de de enxugar o contingente prisional durante a pandemia. O texto entrou em vigor na quinta (23). O plano do presidente López Obrador sempre foi estancar a violência sem o uso de mais violência, em alusão ao fim da falida e ineficaz guerra às drogas. Até agora, não deu certo: o país até viu o índice de violência aumentar em seu governo. A pandemia ajuda o argumento dos governistas, que classificam a lei como “humana”. Mulheres condenadas por aborto, tráfico de drogas cometidos por pessoas muito pobres e indígenas condenados sem auxílio de tradução podem ter os crimes anistiados. A ONU celebrou a aprovação. Em El Universal.
NICARÁGUA 🇳🇮
Sem reconhecer a dimensão da pandemia, a Nicarágua não tomou, oficialmente, qualquer medida para conter o avanço do coronavírus no país (e ainda viu seu presidente sumir por 34 dias). Chegou a paralisar algumas atividades, mas como um “recesso” religioso, sem explicitar relação com o covid-19. E mesmo essa parada chegou ao fim rapidamente: após duas semanas de “férias”, as aulas e outros serviços suspensos na semana prévia e após a Páscoa foram retomados na segunda (20). O governo também liberou a primeira noite da temporada de boxe para este sábado, com oito lutas e entrada gratuita. Via AP.
PANAMÁ 🇵🇦
Cerca de 1,7 mil migrantes sem documentos que estavam a caminho dos EUA ficaram presos em uma densa floresta panamenha por conta do fechamento de fronteira. À espera da reabertura no pequeno vilarejo de Darién, na fronteira com a Colômbia, os migrantes estão sendo ajudados no que se tornou um verdadeiro acampamento humanitário – já que o local tem originalmente só 50 famílias. No Tico Times.
Un clic:
PARAGUAI 🇵🇾
A Cepal, Comissão Econômica para América Latina e Caribe, publicou um prognóstico sombrio para a economia da região, indicando a pior contração desde o início dos registros, em 1900. O Paraguai, porém, seria o que menos perderia: uma retração de “apenas” 1,5% no PIB, comparado aos 5,2% previstos para o Brasil, os 4% do Chile ou os 6,5% do México, por exemplo. A organização acredita que a resposta rápida do governo, a alta produtividade do setor agrícola e uma ajuda substancial já recebida do FMI são as razões para que a crise paraguaia seja menor que as outras. No Emol.
PERU 🇵🇪
A pé, centenas de pessoas passaram o início da semana tentando deixar Lima, sendo dispersadas pela polícia, às vezes com uso da força. O motivo: sem emprego ou renda em função das medidas de isolamento, moradores mais pobres da capital tentam retornar aos seus locais de origem, no interior, onde o custo de vida é menor e têm familiares à espera. Sem ter como conter o movimento, o governo liberou o êxodo a partir de quarta (22), mas com condições: todos os que desejam deixar Lima devem ser submetidos a testes rápidos para covid-19 e, caso deem positivo, serão impedidos de viajar. Em El Comercio.
Cumprindo prisão preventiva, a líder da oposição Keiko Fujimori, filha do ditador Alberto Fujimori, está em uma pequena cela individual de 12 m², informou o Instituto Nacional Presidencial. A informação foi divulgada após a defesa da deputada pedir sua liberdade por conta do coronavírus. Segundo a procuradoria, Keiko segue sob processo e continuará presa. Em El Comercio.
PORTO RICO 🇵🇷
Após denúncias de negligência por parte de profissionais da saúde no tratamento ao coronavírus, a governadora Wanda Vázquez decidiu oferecer-lhes um guarda-chuva contra processos: em uma medida cuja legalidade é questionada pela oposição, concedeu imunidade a médicos, hospitais privados e outros profissionais de saúde durante a emergência. Além de considerar uma violação do direito de questionar possíveis erros médicos, os críticos da ordem executiva apontam que ela concede imunidade para eventuais complicações em todos os tratamentos, não só os de covid-19. Em El Nuevo Día.
Os corpos de duas jovens trans foram encontrados carbonizados dentro de um carro, embaixo de uma ponte na região de Humacao. O resultado das primeiras investigações aponta para um suposto crime de ódio. Com o assassinato de Serena Angelique Velázquez e Layla Peláez, sobe para quatro o número de transgêneros mortos na ilha em 2020. Organizações de direitos LGBTQI+ exigem investigações mais rigorosas. No Primera Hora.
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
O dia 24/4 não é uma data qualquer para os dominicanos. Todo ano, comemora-se o aniversário da Revolução de Abril de 1965, guerra civil em que a população foi foi às ruas para restaurar o governo do presidente Juan Bosch. Em 1963, Bosch sofreu um golpe promovido pela ala militar e patrocinado pelos EUA. As milícias antidemocráticas, chamadas de lealistas, travaram um confronto com os constitucionalistas, que apoiavam a volta do governo. O embate deixou 1,5 mil mortos e, embora Bosch nunca tenha voltado ao cargo, os dominicanos conseguiram restaurar a democracia no ano seguinte. Em 2020, pelo isolamento, o 55º aniversário da revolução precisou ser celebrado em cerimônias virtuais. No Hoy.
Una expresión:
¡Pura vida! – Clássica interjeição costa-riquenha, que serve tanto como um “oi” quanto um “relaxa, sem problemas”. O polivalente “tudo bem” do português funciona de forma parecida.
URUGUAI 🇺🇾
Em meio à pandemia, o governo Luis Lacalle Pou começou a destituir de seus cargos de confiança os diretores da ASSE (a estatal responsável pela saúde) herdados da administração anterior. Em solidariedade, muitos outros funcionários pediram demissão em massa nesta semana, em um movimento que Lacalle Pou considerou “inoportuno” e movido por razões políticas. O presidente garantiu que, apesar da inesperada perda de pessoal, o atendimento não seria comprometido. Em El País.
Iniciando uma flexibilização das medidas de isolamento, o governo autorizou a reabertura de 543 escolas rurais a partir de quarta (22), mas nem todas acataram a medida de imediato: no primeiro dia de volta às aulas, a taxa de presença dos estudantes ficou em apenas 32% e quase duas centenas de escolas permaneceram fechadas. Ainda assim, o Uruguai pretende manter o plano de reabertura e, na próxima quarta (29), autorizará a volta das atividades em outros 350 estabelecimentos do interior. No Subrayado.
VENEZUELA 🇻🇪
Aliados do oposicionista Juan Guaidó são acusados de aproveitar um pacote de bônus aos profissionais de saúde que atuam na pandemia para conceder benefícios a si mesmos: enquanto os médicos e enfermeiros receberiam US$ 100, o “salário” dos parlamentares ficaria em torno de US$ 5 mil. O fato pode enfraquecer ainda mais o opositor, que já viu seus correligionários afetados por denúncias. Segundo Guaidó, nenhum valor foi definido, e os deputados só cogitam pegar parte do fundo emergencial porque estão sem receber salários desde 2015, quando Nicolás Maduro esvaziou a Assembleia Nacional após a oposição conquistar a maioria. A justificativa é “fortalecer o poder legislativo”. Via AP.
Nicolás Maduro disse que as aguardadas eleições legislativas de dezembro podem ser adiadas para o próximo ano. “A prioridade é a pandemia, a economia, a vida das pessoas”, disse o chavista. Além de ser um dos poucos órgãos com maioria oposicionista – o que a tornou um prédio “fantasma” para o governo – a Assembleia Nacional passou por um tumulto no começo do ano e, assim como o Executivo, tem duas lideranças que se dizem presidentes. Impasse longe de terminar. Via Télam.
Em entrevista ao Efecto Cocuyo, o representante especial dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams, disse a setores da oposição a Maduro que Guaidó ainda é a “figura central da transição” que Washington quer ver no país. Enfraquecido, Juan Guaidó parecia estar perdendo espaço nos planos norte-americanos, que pretende sacar o chavismo e colocar uma comissão de cinco nomes que levaria a Venezuela a novas eleições.
📰 Liberdade de imprensa em baixa
“Um ambiente cada vez mais hostil”. É assim que a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) define a América Latina quando o assunto é a segurança do profissional de imprensa. A RSF divulgou seu ranking nesta semana (ver Un hilo, mais acima) e a região teve pouco a celebrar. Leia mais.
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