Explosão de casos frustra reabertura no Chile
Covid: 480 mil casos e 27,3 mil mortes || Costa Rica entrará na OCDE || Cuba pode voltar à lista de “patrocinadores” do terrorismo || País a país, um resumo das notícias do continente, no Giro Latino
A Região Metropolitana de Santiago está, desde as 22 horas de sexta-feira (15), em lockdown. Os habitantes das 32 comunas (subdivisões com poder municipal) que compõem a capital chilena e de outras seis nos arredores só poderão sair de casa para trabalhar em setores essenciais ou comprar comida e medicamentos, com autorização prévia. A situação deve seguir até o país voltar a cumprir alguns requisitos, como a volta a uma média inferior a 2 mil novos casos confirmados por dia. A dura medida, em um dos países exaltados como uma das melhores respostas à covid-19 na América Latina, resume os desafios para retornar às atividades cotidianas: quando a situação parecia controlada, o Chile flexibilizou – e passou a bater recordes de casos e mortes diários.
Capa do La Tercera, de Santiago, na quinta-feira (14)
O Plano Retorno Seguro havia sido anunciado no último 24/4, quando o país tinha uma média de cerca de 500 novos casos e menos de dez novos óbitos por dia. Com ele, o Chile também prometia ser pioneiro em implementar um “passaporte da imunidade”, que identificaria as pessoas que já tiveram alta da doença. O retorno acabou não sendo tão seguro assim e o carnê, tantas vezes adiado, continua sem ser lançado oficialmente. O ministro da Saúde, Jaime Mañalich, gabava-se de ter comprado respiradores demais. Pois o Chile chegou à última quarta (13) com 538 dos 553 respiradores mecânicos já ocupados e agora Mañalich “implora” pela colaboração da população na “batalha por Santiago”. Na capital, o Cemitério Geral, o maior do país, já se prepara para um incremento nas mortes, abrindo mil covas, em cenas que antes pareciam restritas a catástrofes como as de Equador e Brasil.
Após a reabertura, que seguia um modelo de quarentena dinâmica (que podia se tornar mais ou menos flexível de acordo com uma série de critérios, ideia semelhante ao que o Rio Grande do Sul faz no Brasil), os casos saíram do controle. Nesta semana, o Chile registrou mais de 2,5 mil novos casos em três dias consecutivos. E, na sexta, bateu seu recorde diário de óbitos, com 26 novos falecidos. O país ainda é um caso bem-sucedido, vinha passando longe do colapso sanitário que agora teme, e registra uma letalidade de apenas 1% dos infectados (no Brasil o número beira os 7%). Também tem alta testagem, que permite uma melhor noção da situação real. Ainda assim, a reabertura foi desastrosa: apesar dos diferentes níveis de isolamento, a população seguiu se deslocando livremente entre as comunas da capital, a fiscalização falhou e aumentaram as saídas desnecessárias. Santiago tem 40% da população chilena, mas a Região Metropolitana concentra 82% dos casos ativos.
Não foi só o Chile: a Argentina, outro país que reagiu bem no começo da crise, também vem flexibilizando as medidas e teve seu recorde de novos óbitos na quinta: 24. Números que não chocam do ponto de vista brasileiro, mas significativos da perspectiva de quem não menospreza a crise. O Chile achou que já havia atingido seu “pico” de novos casos diários e descobriu que podia ser pior. Sem vacina, é impossível evitar novos contágios: o objetivo nunca foi esse, e sim uma retomada da vida em paralelo à doença, encontrando um ponto em que os novos infectados não aumentem em excesso e o sistema de saúde dê conta dos doentes que inevitavelmente virão. Agora, o Chile lambe as feridas e quer identificar onde errou. Para tentar de novo. Será a tônica da covid-19 nos próximos meses: tentativa e erro, tentativa e erro, até encontrar o difícil equilíbrio. Mas cada erro custa vidas. O Chile, pelo menos, e desde muito cedo, parece tentar acertar. Certos países brigam até com a matemática enquanto trocam de ministro da Saúde como quem troca de roupa.
Un sonido:
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REGIÃO 🌎
Em um movimento impensável até pouco tempo atrás, países latino-americanos estão se encaminhando para adotar juros reais negativos ainda em 2020 – situação que ocorre quando a taxa é nominalmente positiva, mas acaba sendo inferior à inflação. Medida antes restrita aos países mais ricos como forma de tentar driblar a recessão, ela já é realidade no Chile e no Peru, onde os juros já caíram a 0,5% e 0,25%, respectivamente, e a expectativa é de uma inflação entre 2,5% e 2,8% este ano. O Brasil, onde a taxa básica de juros, a Selic, está em 3% (e algumas projeções estimam que possa baixar a 2,25% até dezembro), também pode terminar 2020 próximo dessa situação. No Valor.
ARGENTINA 🇦🇷
Gonzalo Sánchez, acusado de crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura argentina (1976-1983) e procurado pela Interpol, foi preso na segunda (11) em solo brasileiro. Sánchez, conhecido como “El Chispa”, tem 69 anos e foi capturado pela Polícia Federal em Paraty (RJ). Ele já foi extraditado e será processado pelos crimes ocorridos na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), o mais infame centro repressivo do país, onde cerca de 5 mil pessoas desapareceram. O presidente Alberto Fernández celebrou: “o compromisso da Argentina com a memória, a verdade e a justiça é inclaudicável”. Na Veja.
Novo recorde para o chamado “dólar blue”, como também é chamada a moeda americana no câmbio paralelo: para uma unidade já são necessários 138 pesos. Para economistas, a desvalorização do real brasileiro tem papel na alta. Dois dados importantes para dar a dimensão do descontrole cambial argentino: no câmbio oficial, 1 dólar vale pouco mais do que 67 pesos, menos da metade do paralelo. E a desvalorização brutal em meia década: em 2014, o dólar blue valia 11,85 pesos, enquanto o câmbio oficial não chegava a 7. No Infobae.
Após 49 dias, as fronteiras entre Argentina e Brasil foram reabertas na segunda (11), mas por um motivo inusitado: dar passagem à Mara, uma elefanta de mais de meio século de idade. O animal foi transferido do antigo zoológico de Buenos Aires para o Santuário dos Elefantes, na Chapada dos Guimarães (MT). Com direito a escolta e cuidadores exclusivos, Mara, que nasceu na Índia e já passou por Alemanha e Uruguai, vai para seu quinto país. No G1.
BOLÍVIA 🇧🇴
A perspectiva de que o governo interino de Jeanine Áñez utilize a pandemia para se prolongar indefinidamente no poder fez militantes do Movimento ao Socialismo (MAS, partido de Evo Morales) violarem a quarentena e irem às ruas de Cochabamba na segunda (11), exigindo a realização de eleições em breve. Marcada originalmente para o dia 3/5 e suspensa em função da crise sanitária, a votação ainda não tem nova data formalizada. O protesto terminou com intervenção policial. Mais conflitos se seguiram durante a semana. Na sexta (15), a polícia deteve dez pessoas e encontrou uma bazuca artesanal com os manifestantes. Em El Deber.
Um decreto com o objetivo alegado de combater a disseminação de informações falsas sobre a covid-19 foi criticado por ameaçar a liberdade de expressão. Jornais bolivianos, sindicatos de jornalistas e entidades em defesa da liberdade da imprensa apontavam que o texto era muito vago e abria margem para abusos. A medida do governo Áñez previa sanções penais para quem divulgasse informações que “ponham em risco ou afetem a saúde pública, gerando incerteza na população”. A ONU pediu a modificação do decreto e, na quinta (14), o governo finalmente o aboliu. Na RFI.
Un hilo:
CHILE 🇨🇱
Tentando conter o avanço dos casos que mencionamos mais acima, o Chile estuda alterar a definição do que é um paciente “suspeito” de ter covid-19, ampliando a gama de pessoas que devem ser submetidas a isolamento obrigatório: com base no argumento de que os testes não têm 100% de precisão e produzem falsos negativos, a ideia é que qualquer pessoa que tenha tido contato próximo com alguém infectado e, depois disso, passou a apresentar sintomas, seja considerada um caso suspeito de covid-19 – mesmo se o seu teste já deu negativo. No Emol.
COLÔMBIA 🇨🇴
O presidente Iván Duque reforçou a segurança nas fronteiras entre as cidades de Leticia e Tabatinga, um dos pontos de acesso entre a Colômbia e o Brasil. Além de reforçar com a presença de militares, o governo passou a exigir medidas de isolamento social e o uso de máscaras. A decisão também vale para a fronteira com o Peru. Via EBC.
Quase 900 detentos da prisão de Villavicencio, a 125 km de Bogotá, estão contaminados pelo coronavírus, de acordo com o diretor Miguel Ángel Rodríguez. A administração da penitenciária reclama da superlotação e diz que médicos não conseguem atender, já que não têm acesso aos equipamentos necessários. A hipótese de conceder prisão domiciliar a condenados por delitos leves divide o país. Em El Tiempo.
COSTA RICA 🇨🇷
A Costa Rica será o 4º país latino-americano na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Será, também, o primeiro centro-americano na entidade. A confirmação veio após os 37 países que integram o grupo aprovarem a entrada dos costarriquenhos, fato celebrado pelo presidente Carlos Alvarado. A Colômbia foi o último latino a ter a participação oficializada, fato que só se resolveu em abril deste ano. O Brasil ainda tenta seguir pelo mesmo caminho mas, até agora, o ingresso na OCDE morreu como uma promessa vazia de Trump a Bolsonaro. No Nación.
O governo anunciou que o Laboratório Nacional da Água já consegue detectar vestígios do coronavírus no esgoto, avanço que permite um maior controle epidemiológico. Os primeiros resultados apareceram após a coleta de resíduos de um centro de detenção, onde pelo menos 14 pessoas estavam infectadas. “É uma conquista”, disse o ministro da Saúde, Daniel Salas. Importante: não há indícios, até aqui, de que o esgoto transmita o coronavírus – sua presença na água é residual e serve como indício dos locais por onde ele “passou”. No Tico Times.
CUBA 🇨🇺
O governo estadunidense está considerando recolocar Cuba na lista dos Estados que “patrocinam” o terrorismo, diz um relatório interno que veio a público nesta semana. Sob o pretexto do apoio cubano a Nicolás Maduro e do refúgio concedido aos guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) colombiano, os EUA dariam, assim, um novo passo na reativação das políticas típicas da Guerra Fria que têm marcado a gestão Trump. Em 2015, após anos de reaproximação durante o governo Barack Obama, Cuba havia saído da lista, que impõe sanções econômicas ainda mais restritivas do que as habituais. Países como Coreia do Norte, Síria, Iraque e Sudão são outros “patrocinadores” do terrorismo na visão dos EUA. Já a Arábia Saudita, apesar de diversas conexões com os atentados de 11 de setembro de 2001 e da ligação com a morte do jornalista Jamal Khashoggi, não. Na Newsweek.
EL SALVADOR 🇸🇻
Surfando em popularidade que chegou a 90% de apoio no início da pandemia, o presidente Nayib Bukele agora começa a enfrentar críticas por sua recusa em dialogar com o Congresso (dominado pela oposição) e pelas acusações de se aproveitar da crise sanitária para violar direitos humanos impunemente. Nesta semana, pela primeira vez desde a posse de Bukele em junho de 2019, o país registrou buzinaços e panelaços contra o presidente. Os protestos começaram a ser ouvidos na noite de terça (12) e continuaram nas noites seguintes. Em ElSalvador.com.
Una expresión:
No cojas lucha que la caña es mucha – expressão cubana que significa, literalmente, “não compre briga porque a cana é muita”. É usada com o objetivo de tranquilizar alguém preocupado com alguma coisa a respeito da qual é impotente: os incômodos vão seguir. Não esquente demais, pois os problemas são vários.
EQUADOR 🇪🇨
Quito não quer repetir Guayaquil, e o governo local garante que, até aqui, as mortes ocorridas na região da capital equatoriana seguem a média habitual (oficialmente, um décimo das registradas em Guayaquil e arredores). Ainda assim, a semana foi de temor para os quiteños, com registros dos primeiros mortos por suspeita de covid-19 caídos nas ruas da cidade, uma cena até então restrita a Guayaquil: seis cadáveres já foram recolhidos das vias públicas pelas autoridades. Temendo um aumento dos casos, o governo transformou o Centro de Convenções da capital em um hospital de campanha para 370 pessoas. Em El Comercio.
GUATEMALA 🇬🇹
Atravessando o pico da pandemia até aqui, o país foi fechado por completo durante três dias, após anúncio do presidente Alejandro Giammattei, na quinta (14). O mandatário, que é médico, argumentou que o aumento dos casos é também reflexo do relaxamento do isolamento social. Para endurecer as medidas, o governo citou o artigo 1º da Constituição, que descreve as obrigações do Estado de “proteger a pessoa e a família”. O país quase dobrou seus casos na última semana, passando de 900 para 1.643 em sete dias. Na Prensa Libre.
HAITI 🇭🇹
“Os haitianos não acreditam que esta doença é real e não estão adotando nenhuma precaução”, diz o médico haitiano Jean Pape. Com poucos casos relatados e grande suspeita de subnotificação, o país se prepara para o pico da doença, mesmo sem nem mesmo ter se recuperado dos surtos do passado, como o de cólera. Para piorar, os caribenhos enfrentam a chamada “tempestade perfeita” já que, além da covid-19 e da crise sociopolítica permanente, têm adiante uma temporada de furacões. No G1.
HONDURAS 🇭🇳
A rede social TikTok virou motivo de crise institucional nas Forças Armadas. Tudo porque o jovem militar Esdras Laynez, ainda fardado, viralizou após postar um vídeo dançando, supostamente em serviço. Segundo o porta-voz do Exército, Yuri Chávez, a instituição “não é uma academia de dança” e a decisão de destituí-lo é “irreversível”. Já Laynez disse que a medida é “injusta” pois “não fez com má intenção”. E garantiu: “dançar é minha paixão e sempre seguirei dançando”. Na Prensa.
MÉXICO 🇲🇽
O jornal Reforma disse ter recebido ameaças de um suposto integrante do cartel de Sinaloa, que teria criticado a postura da publicação contra o presidente López Obrador. O narcotraficante teria dito que explodiria o prédio do jornal caso as “difamações” não cessassem. Obrador já havia sido criticado por ter entrado em um ciclo de desavenças com jornalistas, logo quando ainda adotava postura negacionista em relação à pandemia, o que gerou uma discussão sobre se as falas do governo incentivariam a violência. AMLO, porém, rechaçou os ataques, dizendo que “jamais” seria algo promovido pelo governo, mas não deixou de criticar a linha conservadora do veículo. No Política.
Municípios da Esperança: com esse nome, o governo mexicano sinaliza as 269 cidades que receberam um verde no “semáforo” de quatro níveis utilizado para indicar o risco diante do coronavírus (verde, amarelo, laranja e vermelho). Pressionado por investidores e pelo próprio governo dos EUA a reabrir, o país vai acelerar o fim do isolamento nos locais considerados “seguros”: não só a indústria, mas também as aulas, voltam já na segunda (18) nas cidades “da esperança”. Na Forbes.
Un clic:
NICARÁGUA 🇳🇮
Em resposta à falta de transparência nos números da doença, nicaraguenses criaram um Observatório Cidadão independente que vai atrás dos dados que o governo esconde. No mais recente informe do Observatório, que não pode realizar testes, apenas listar casos suspeitos identificados pelo país, pelo menos 1.033 pessoas podem já ter se contagiado com covid-19 e outras 188 morrido em solo nicaraguense. O governo, porém, admite apenas 25 casos e 8 mortes, e sequer se presta a definir medidas de isolamento. Um efeito do obscurantismo são os enterros feitos às pressas e à noite, onde os parentes sequer têm acesso à causa mortis. Especialistas alertam que uma situação de calamidade se aproxima. Via AP.
Dividindo o posto de país com comando mais negacionista da América Latina com o Brasil de Bolsonaro, a Nicarágua já preocupa a estabilidade dos vizinhos costarriquenhos. Parlamentares ticos pedem à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) que “medidas contundentes” sejam tomadas a fim de evitar um colapso na saúde. O discurso em San José aponta para a ineficiência do governo Ortega, cujos desmandos vêm levando nicaraguenses desalentados a procurar amparo abaixo no mapa. No Nación.
PANAMÁ 🇵🇦
O Canal do Panamá enfrenta uma baixa histórica. Só em abril, a administração registrou 169 trânsitos a menos do que o previsto, o que significa um déficit de 15,5 milhões de pedágios. A crise é resultado do momento econômico dos EUA, que usam o canal principalmente para acessar o Pacífico. Via AFP.
PARAGUAI 🇵🇾
Mais de 2 mil mortos foram inscritos no Pytyvõ (“ajuda”, em guarani), programa de auxílio emergencial do governo durante a pandemia, segundo um relatório sobre as razões para a recusa de 500 mil pessoas entre cerca de 1,8 milhão de cidadãos registrados para receber o valor. O Pytyvõ já está na segunda parcela e distribui 548.210 guaranis (R$ 490), valor equivalente a 25% do salário mínimo. No ABC Color.
Ameaçado por casos importados do Brasil, o Paraguai ainda se sustenta como um dos países com menos contágios e com uma das menores letalidades do continente na pandemia. A “ilha rodeada de terra”, como definiu o escritor mais celebrado do país, Augusto Roa Bastos, teve seu cotidiano capturado em um ensaio fotográfico da AP.
PERU 🇵🇪
Os impactos econômicos da pandemia começam a ser mensurados. Em março, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI), a economia peruana se retraiu mais de 16%. Os setores mais afetados foram a construção, com uma queda superior a 46% nas atividades, e hospedagem e restaurantes, com mais de 42% de contração. Com uma queda de 22%, o comércio teve seu primeiro mês negativo em quase três anos. Por outro lado, o isolamento obrigatório impulsionou o setor de serviços de TV por assinatura e internet, com um aumento de 13,6%, e de telefonia, com um acréscimo de 4,6%. Em El Comercio.
PORTO RICO 🇵🇷
Novo impasse no drama da alimentação infantil: com as escolas da ilha tendo um impacto substancial na nutrição de grande parte dos alunos, a interrupção das aulas pela pandemia vinha causando insegurança alimentar. O governo reabriu 109 cozinhas em escolas públicas, mesmo sem aulas, para produzir refeições que depois eram distribuídas entre as famílias. Agora, 32 delas terão que ser temporariamente fechadas após 50 funcionários testarem positivo para coronavírus e outros 278 serem colocados em isolamento preventivo. Em El Nuevo Día.
Un nombre:
Samborondón – o sonoro nome dessa cidade nas proximidades de Guayaquil, no Equador, tem origem disputada. Uma das versões diz que derivaria de Saint Brendan, santo irlandês dos marinheiros, que em uma tradução antiga era referido em castelhano como San Borondón. Outra, mais romântica, argumenta que o nome vem de um homem escravizado que teria vivido ali no século 17: Bartolomé Rondón, chamado “zambo Rondón” por ter ancestralidade indígena e africana.
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
O país anunciou a repatriação de 288 dominicanos que seguiam confinados em cruzeiros durante a pandemia e, agora, devem regressar entre hoje e segunda-feira (18). Eles trabalhavam nas linhas turísticas, condição que teria atrasado seu retorno em comparação com os viajantes comuns. Destino popular de cruzeiros de luxo pelo Caribe, a República Dominicana fornece boa parte da mão de obra dos navios que circulam na região. No Listín Diario.
ONGs dominicanas defendem que o governo local retome o diálogo com Porto Príncipe por meio da Comissão Bilateral Dominico-Haitiana, a fim de criar soluções para o combate à pandemia. Os dois países insulares, que já foram parte das chamadas “Grandes Antilhas”, dividem o mesmo espaço: a Ilha de São Domingos, ou Hispaniola. A fronteira de fácil travessia gera tensões históricas entre os dois lugares, principalmente pelo fluxo de haitianos que trocam de país. No Acento.
URUGUAI 🇺🇾
Enquanto o governo tenta definir um protocolo para a retomada de aulas também em Montevidéu (após reabrir centenas de escolas rurais), o principal sindicato de professores pediu que os jardins de infância e as escolas especiais sejam as últimas a retornar. Ao mesmo tempo em que são consideradas as mais necessárias para a volta dos pais ao trabalho, elas são vistas como os locais mais difíceis de garantir o distanciamento dos alunos. No Subrayado.
VENEZUELA 🇻🇪
O governo Maduro anunciou, na quinta (14), que deteve 39 militares desertores que tentavam retornar ao país pela fronteira com a Colômbia. Não foram divulgados detalhes sobre a data exata da detenção, mas os homens são acusados de ter envolvimento na tentativa fracassada de invasão – que reuniu mercenários norte-americanos e assessores do líder opositor Juan Guaidó – desbaratada pelo governo em 3/5. Via AP.
Partes de Caracas ficaram sem água nesta semana, após uma explosão na sala de controle da estação de bombeamento de Taguacita, a 82 km da capital. O ato, que prejudica as recomendações mínimas de higiene em tempos pandêmicos, foi atribuído pelo governo a uma “sabotagem” – acusação que sempre volta em situações assim. Via AP.
No Chile, imigrantes venezuelanos vivem em um limbo: sem emprego em meio à pandemia e esquecidos pelo país que deixaram para trás, hoje acampam em frente à embaixada em Santiago pedindo ajuda e repatriação. Eles são cerca de 600 e dizem não ter sido atendidos nem pela representação diplomática oficial, de Maduro, nem por membros da oposição ligada a Guaidó. Com o lockdown que envolverá também a comuna de Providencia, onde fica a embaixada (e o acampamento), convivem com a incerteza sobre seu destino. Na sexta (15), Nicolás Maduro voltou a exaltar, em seu Twitter, o Plan Vuelta a Patria, que desde o início do mês propagandeia que trará de volta os expatriados. Em La Tercera.
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