Coronavírus adia 11 eleições na América
91.811 casos e 4.366 mortes na região || Equador: 570% mais mortes em abril || Nicarágua: presidente reaparece após 34 dias || País a país, um resumo das notícias do continente, no Giro Latino #26
Após um crescimento tímido de só 0,1% em 2019, a macrorregião que entendemos como América Latina e Caribe deve navegar por águas tortuosas em 2020 – isso se houver barco. Segundo um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a produção regional deve cair cerca de 5,4% no ano da pandemia, com possíveis sinais de recuperação apenas em 2021. A projeção do Banco Mundial é “menos pior”, mas igualmente preocupante: queda de pelo menos 4,6%. Para além do óbvio problema socioeconômico que virá, há no horizonte, também, um enorme risco para o jogo democrático. Se por um lado o coronavírus tem salientado a péssima gestão de líderes como Jair Bolsonaro e o nicaraguense Daniel Ortega, ele também ameaça a política local pela questão de agenda. Até o momento, pelo menos 11 processos eleitorais já foram adiados e podem até não acontecer durante o ano.
Além de alguns pleitos municipais menos urgentes, como nos casos de Argentina, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai (e do próprio Brasil, que ainda considera cedo demais para tocar no tema), três países vivem situação incerta quanto a votações mais abrangentes. Na Bolívia, o adiamento por tempo indeterminado das eleições de 17/5, que poderia botar um ponto final na crise política iniciada em 2019, deixa bolivianos ansiosos. O governo interino e contestado de Jeanine Áñez deve tocar o país por mais tempo. No caso chileno, a expectativa é pela votação do referendo que pode alterar a Constituição do país (também fruto da crise social vivida no último ano). Se em princípio o evento estava marcado para o próximo domingo (26), agora deve ocorrer apenas em outubro. Já as eleições regionais foram transferidas para 2021. A alteração no calendário da vida política, porém, pode ser boa para o estilhaçado governo de Sebastián Piñera, que recupera um pouco da popularidade graças às medidas sanitárias. O caso mais bizarro, porém, é na República Dominicana, que até chegou a tentar iniciar o processo eleitoral em março. Pressionados pela postura cautelosa do mundo inteiro, os dominicanos seguem sem um consenso sobre quando abrir as urnas para eleger seu presidente e projetam uma data um pouco arriscada: 5/7.
O problema, para todos que pensam em agir cedo demais, é que o cenário não é nada animador – e o pico da pandemia ainda não foi atingido. Nesta sexta (17), apesar de toda a subnotificação, a América Latina voltou a bater tristes recordes, com o maior número de novos casos e novas mortes por coronavírus em um intervalo de 24 horas. O crescimento é rápido: se na edição do GIRO de 14/3 nossa manchete falava em 4 mortes por covid-19 na região, pouco mais de um mês mais tarde esse número foi multiplicado em mais de mil vezes: até a noite de 17/4, a doença já vitimou, oficialmente, 4.366 pessoas em solo latino-americano.
Un sonido:
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ARGENTINA 🇦🇷
Seguindo uma tendência regional, o Ministério da Saúde recomendou que argentinos façam sexo com seus parceiros de sempre e que “evitem com estranhos”. Para os solteiros e isolados, as autoridades de saúde recomendaram masturbação – desde que com mãos, genitais e eventuais adereços muito bem lavados. Na Folha.
A Argentina apresentou sua oferta de reestruturação da dívida (US$ 68 bilhões) aos credores privados do Estado, com uma proposta de dedução de 62% nos juros dos títulos e 5,4% no valor do capital devido, segundo o ministro da Economia, Martín Guzmán. O que isso significa? Basicamente que o país não tem como pagar. Além de querer renegociar os termos da dívida, a Argentina pede um período de carência de três anos, até 2023. Não podemos esquecer que há, também, uma dívida com o FMI, a quem Buenos Aires deve US$ 44 bilhões. Segundo o presidente Alberto Fernández, não se trata de um default como em 2001, mas de um “calote virtual”. Para alguns especialistas, a crise regional em 2020 pode ter vindo em boa hora, já que vira uma justificativa para os problemas financeiros. No Infobae.
BOLÍVIA 🇧🇴
Um grupo de moradores de Shinahota, no interior de Cochabamba, expulsou o efetivo policial que tentava retomar o controle da região, na quinta (16). Cocaleiros e apoiadores de Evo Morales, os habitantes locais haviam expulsado a polícia em novembro, após a renúncia forçada do ex-presidente. Agora, as autoridades tentam recuperar o controle, não sem conflitos. Em meio aos desencontros, o Exército foi chamado. Em El Deber.
Um áudio enviado por uma enfermeira a amigas, pouco antes de morrer, comoveu o país. No leito de morte, a profissional de 44 anos que atuava no combate ao coronavírus na região de Santa Cruz de la Sierra pedia que indenizassem suas três filhas, pois era mãe solteira. O governo garantiu que pagará uma indenização dentro dos termos de um decreto aprovado há poucos dias, que permite compensações de até 100 mil bolivianos (R$ 75 mil) a familiares de trabalhadores da saúde vitimados pela pandemia. Em El Deber.
CHILE 🇨🇱
Usar máscara, que já era obrigatório no transporte público desde 8/4, agora também é exigência do governo em outros espaços, como elevadores e lugares que reúnam mais de dez pessoas. A medida passou a valer na sexta (17) e seguirá por tempo indefinido, “até que as condições epidemiológicas permitam sua suspensão”, diz o Ministério da Saúde. Em La Tercera.
Um comparativo entre os números do coronavírus em Argentina e Chile gerou um desconforto diplomático. Após o presidente argentino Alberto Fernández destacar que seu país tinha muito menos casos de covid-19 que os chilenos, embora tenha o triplo da população, La Moneda elaborou um relatório demonstrando que testa muito mais que os vizinhos: o Chile tem mais casos confirmados, mas também uma letalidade muito menor que a Argentina. O problema: a resposta de Sebastián Piñera não deveria ter vindo a público, e o documento questionando o “triunfalismo” argentino foi vazado à imprensa de Buenos Aires. Na quarta (15), ministros dos dois países fizeram uma reunião virtual para aparar as arestas. Em La Tercera.
Una palabra:
Varado – na América Latina, refere-se às pessoas sem recursos econômicos ou que ficaram presas em algum lugar por circunstâncias imprevistas. Pode ser usado como adjetivo ou substantivo e deriva de “varar”, o ato de encalhar um barco. Nas últimas semanas, tornou-se comum ler sobre os viajantes latinos “varados” em aeroportos após o fechamento das fronteiras.
COLÔMBIA 🇨🇴
Moradores pobres de Bogotá realizaram protestos na quinta (16), cobrando urgência nas ajudas financeiras prometidas pelo governo após o início da quarentena. Tanto o presidente Iván Duque quanto a prefeita da capital, Claudia López, anunciaram subsídios milionários para ajudar a população desfavorecida a se manter em meio ao fechamento de serviços, mas o dinheiro ainda não chegou para muitos dos que mais necessitam. Via Reuters.
Dois grupos de torcedores de futebol, “varados” na Argentina e no Chile, pedem ajuda do governo colombiano para retornar à terra natal. Os fanáticos do Independiente Medellín foram a Buenos Aires, enquanto os do América de Cali haviam se dirigido a Santiago, ambos para assistir às partidas de seus times pela Copa Libertadores no distante 10/3. De ônibus, foram pegos de surpresa pelo fechamento das fronteiras e nunca mais voltaram. Os ânimos têm se exaltado: no Chile, os colombianos foram expulsos do albergue onde estavam após causar desordens nesta semana. Na Radio Cooperativa e em La FM.
COSTA RICA 🇨🇷
O presidente Carlos Alvarado provocou o FMI a fazer sua parte diante da crise, após o Fundo recomendar que medidas “extraordinárias” deverão ser tomadas: o mandatário costa-riquenho pediu, na quinta (16), que a organização realize empréstimos a juro zero para as nações em desenvolvimento conseguirem bancar seus pacotes de auxílio. A própria Costa Rica pleiteia US$ 800 milhões junto ao FMI. No Nación.
CUBA 🇨🇺
Havana denunciou, na terça (14), que os embargos estadunidenses vêm impedindo que o país realize as compras de respiradores e medicamentos que precisa para combater a pandemia. Os EUA responderam dois dias depois, alegando que suas sanções permitem o comércio “relacionado à ajuda humanitária legítima”. Em El País.
EL SALVADOR 🇸🇻
Apesar de ter mais de 90% de aprovação pelos esforços contra o covid-19, o presidente Nayib Bukele tem atraído críticas por mais uma vez peitar os poderes Legislativo e Judiciário. Após o Tribunal Constitucional e o Parlamento criticarem a onda de detenções dos que violam a quarentena, Bukele foi direto: prometeu não acatar a nenhuma decisão judicial (ou legislação) que vá contra suas ordens. Mesmo com boa conduta em tempos de pandemia, o que lhe rende apoio popular, especialistas alertam para o caráter antidemocrático do presidente. Em El Faro.
EQUADOR 🇪🇨
A província de Guayas, onde fica Guayaquil, símbolo do colapso sanitário no continente, teve 5,7 mil mortes a mais do que o normal na primeira quinzena de abril, um aumento de 570% em relação à média. A mortandade é tamanha que o governo se viu obrigado a tabelar o preço de caixões e serviços funerários. O número liga um sinal de alerta: é impossível calcular as reais dimensões do coronavírus, pois o governo sequer testará esses mortos, priorizando os pacientes vivos. Há consenso de que, mesmo que nem todas as mortes sejam diretamente por covid-19, o colapso do sistema de saúde multiplicou os óbitos de outros doentes que não puderam encontrar tratamento, uma realidade que também pode ser a de outros países. Oficialmente, o Equador inteiro registra “apenas” 421 mortes pelo novo coronavírus, cerca de 70% delas em Guayas. Em El Universo.
Un clic:
A pedra Kueka, devolvida à Venezuela nesta semana (leia abaixo).
GUATEMALA 🇬🇹
Pelo menos 44 guatemaltecos deportados pelos EUA de volta ao país natal deram positivo para covid-19, segundo as autoridades do país centro-americano. Apesar de críticas da comunidade internacional por enviar prováveis doentes a países pobres, os EUA mantêm sua política de deportação massiva. A Guatemala, que tentou interromper as deportações em março, volta a discutir alguma maneira de impedir que os contagiados sejam mandados de volta nas próximas semanas. Via AP.
HAITI 🇭🇹
Em meio à enorme subnotificação, o primeiro-ministro Joseph Jouthe declarou que o Haiti “escapou” à pior fase da pandemia e diz que o país está pronto para reabrir a sua indústria têxtil, um dos setores mais importantes da economia, na próxima semana. Para um representante dos empresários, trata-se de uma escolha “entre morrer de fome ou de coronavírus”. O Haiti diz ter apenas 43 casos e 3 mortes por covid-19, mas é o país que menos testa no continente, tornando desconhecida a real situação. Na vizinha República Dominicana, já são mais de 4,1 mil casos e 200 mortes. Via Reuters.
HONDURAS 🇭🇳
Em informe intitulado “Corrupção em tempos de Covid-19”, o Conselho Nacional Anticorrupção (CNA) acusou o governo de comprar equipamentos médicos superfaturados em meio à crise. De acordo com o observatório, cerca de 3,6 milhões de lempiras (R$ 760 mil) a mais foram gastos em produtos que poderiam ser adquiridos por um valor inferior. O governo garante que operou dentro da lei. Em La Prensa.
MÉXICO 🇲🇽
O presidente López Obrador disse que seu homólogo ao norte, Donald Trump, garantiu por telefone que o México poderá adquirir pelo menos mil respiradores e equipamento de terapia intensiva. Segundo AMLO, o republicano foi “solidário”. A aproximação pode render um encontro pessoal nos próximos meses pós-pandemia. Os dois ainda não se encontraram pessoalmente desde a posse de Obrador, no fim de 2018. No Animal Político.
Após as alucinações do presidente, o México parece ter acordado para o problema do momento. Como muitas pessoas ainda não respeitam a quarentena, lugares com maior índice de contágio devem permanecer sob regime de isolamento até pelo menos 30/5. A chamada Jornada Nacional de Sana Distancia só será relaxada, alerta o governo, caso haja cooperação. Obviamente, muitos não estão dando atenção. Com quase 6,9 mil casos e 546 mortes, o segundo maior país da América Latina se prepara para a fase 3 do vírus, quando os casos devem subir rápido e de forma “irreversível”, disse o subsecretário de Saúde, Hugo López-Gatell. No Excelsior.
Un hilo:
NICARÁGUA 🇳🇮
O país parou na noite de quarta (15) para acompanhar um evento inédito há 34 dias: uma aparição do presidente Daniel Ortega. Sumido enquanto a América via o número de mortos chegar aos milhares, o sandinista, visivelmente debilitado, deu as caras em rede nacional e só falou sobre assuntos desconexos. Além das maluquices, reafirmou que o país tem apenas uma vítima de coronavírus (e nove casos), o que foge não só à média da região como não condiz com o nível de pobreza nicaraguense. A reportagem do 100Noticias apontou as mentiras ditas pelo autocrata, enquanto este mesmo GIRO cobriu, pelo Twitter, a aparição fantasmagórica de Ortega.
PANAMÁ 🇵🇦
O sindicato dos trabalhadores da mineração pediu que o Ministério da Saúde intervenha na Cobre Panamá, maior mina da América Central, que teve suas atividades interrompidas em 6/4 após uma série de casos de covid-19 entre seus empregados. Na sexta (17), o órgão sindical denunciou que os funcionários da mina seguiam alojados no acampamento da empresa, contagiando-se uns aos outros, e exigiu que sejam liberados para voltar para suas casas. Além do risco de contaminação, o sindicato afirma que muitos estão sofrendo com depressão e ansiedade pelo confinamento. Em La Prensa.
PARAGUAI 🇵🇾
Único país da América do Sul que não mantém relações diplomáticas ou comerciais com a República Popular da China, o Paraguai cogitou romper o posicionamento que vem desde 1957 para poder receber ajuda durante a pandemia. Na noite de sexta (17), porém, o Senado paraguaio rechaçou a proposta por 25 votos a 16. Consequentemente, o país continuará sendo o único sul-americano a reconhecer a República da China (Taiwan) como a legítima encarnação chinesa. No mesmo dia, de olho na votação, o embaixador taiwanês entregou uma doação de 280 mil máscaras ao Paraguai. No ABC Color.
PERU 🇵🇪
O presidente Martín Vizcarra confirmou que as eleições presidenciais de abril de 2021 seguem mantidas para a data programada. Vizcarra também afirmou que não tentará a reeleição. Segundo o mandatário, o único ponto a ser acordado entre os concorrentes é a questão das primárias, que deveriam ocorrer em 2020 e podem acabar postergadas em função do coronavírus. Em El Comercio.
PORTO RICO 🇵🇷
Supostas irregularidades nos testes do novo vírus puxaram um batucar de panelas contra o governo de Wanda Vázquez, que também é mal visto por denúncias de corrupção. Segundo veículos locais, que acusam a mandatária de tentar silenciar a imprensa, a gestão atual estaria tentando lucrar por meio de contratos superfaturados. Para o azar de Vázquez, e comprovando o papel importante do jornalismo porto-riquenho, os contratos acabaram cancelados.
Un nombre:
Tegucigalpa – o significado original da palavra é incerto. Alguns linguistas e historiadores defendem que o nome da capital hondurenha vem do náhuatl teguz-galpa – em português, “morros de prata”. Outros sugerem que deriva de outro vocábulo da mesma língua: tecuztlicaltipan, algo como “lugar de residência dos nobres”. E há quem sustente que, na verdade, a palavra é uma corruptela de tecutli-cal-pa, que significa “senhor nos palácios reais”.
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
A OEA concluiu que os problemas nas eleições municipais de fevereiro foram causados por uma falha de software e não por sabotagem. O pleito do começo do ano foi o primeiro feito parcialmente em sistema automático, mas não debutou bem: o sistema travou e ficou fora do ar, dando margem para acusações seguidas de protestos. No fim, a votação marcada originalmente para 16/2 foi suspensa e adiada para 15/3. Em El Nuevo Dia.
URUGUAI 🇺🇾
Notícia ruim para o governo recém-empossado de Lacalle Pou. Mesmo antes da crise do coronavírus, o desemprego atingiu os patamares mais altos em 13 anos, superando a casa dos 10%. A própria transição política, que encerrou os 15 anos de centro-esquerda, foi uma resposta aos crescimentos tímidos dos últimos anos. A tendência é um cenário ainda pior – não por culpa da nova gestão, mas agora assunto para ela resolver. Desde o início da pandemia no país já são 125 mil pessoas enviadas ao seguro-desemprego. Em El Observador.
VENEZUELA 🇻🇪
A Venezuela diz realizar o maior número de testes de covid-19 da América Latina mas, ao contrário do que ocorre em outros lugares com testagem massiva, mantém um número baixíssimo de casos. Especialistas começam a questionar os dados: se os números não estão maquiados, dizem, o mais provável é que o governo venezuelano esteja empregando testes pouco eficientes, com alta taxa de falsos negativos, levando a uma ideia equivocada de que a pandemia está controlada no país. Via AP.
A Kueka, uma pedra considerada sagrada pelo povo pemón, foi devolvida à Venezuela após 22 anos em Berlim. Uma jaspe de 30 toneladas, a Kueka havia sido removida com autorização do governo de Rafael Caldera (1994-1999), último presidente antes da ascensão do chavismo, e fazia parte de uma exposição do artista alemão Wolfgang Kraker von Schwarzenfeld. Os indígenas manifestaram contrariedade já na época e Hugo Chávez havia pedido a devolução em 2003. Para os pemón, a Kueka representa o amor proibido de seus antepassados, condenados pelo deus Makunaima a viver eternamente como pedra após violar suas leis divinas, e é vista simbolicamente como os “avós” que zelam pela prosperidade do povo. Na teleSUR.
Se as relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela já não existiam, agora não há sequer uma embaixada brasileira em Caracas. Com isso, encerra-se a atividade do Consulado-Geral e de seus três vice-consulados na capital caribenha. A decisão afeta 46 funcionários que trabalhavam junto ao Itamaraty: “nos obrigaram a assinar uma renúncia”, disseram à RFI. O começo do fim da briga entre os dois países ocorreu em 2017 e só piorou sob Bolsonaro. Durante a semana, após tensas negociações, o governo Maduro permitiu que um avião da FAB pousasse no país para repatriar um grupo de brasileiros.
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O Giro Latino é produzido por Girão da América, Impedimento e Fronteira.