🇬🇹 Alvo da direita, jornalista preso viveu ‘tortura’ na Guatemala, diz grupo da ONU
GIRO #247 |Perseguido pelo Ministério Público, José Rubén Zamora viveu de forma ‘desumana’ sob gestão conservadora; chegada da esquerda melhorou condições e aumentou coro por liberdade

Na última semana, um grupo de especialistas independentes que atua junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU voltou a jogar luz sobre um dos temas mais delicados na Guatemala nos últimos anos: as condições prisionais do jornalista José Rubén Zamora. Preso em 2022, o fundador do extinto jornal El Periódico, hoje com 67 anos, está no centro de uma extensa trama judicial que ele, entidades de dentro e fora do país e até o próprio governo vigente denunciam como “perseguição política” e “abuso de poder”, entre outras irregularidades.
À frente do caso estão temidas figuras do sempre criticado Ministério Público do país, além da Fundação Contra o Terrorismo (FCT), uma organização composta por nomes simpáticos à extrema direita. Por diferentes razões, os dois órgãos são alvos antigos de sanções internacionais, integrando um quadro mais amplo de perseguições judiciais e ataques à democracia – que respingam há anos, para além de Zamora, em diferentes ativistas e lideranças da esquerda guatemalteca, incluindo o próprio presidente Bernardo Arévalo e seus correligionários.
A situação humanitária do jornalista voltou ao noticiário na quarta-feira (28), dia em que o time de peritos pediu às autoridades locais que voltassem a dar a devida atenção a uma situação descrita como “desumana”. Citando informes prévios que detalham as condições carcerárias do comunicador, os especialistas relembram que ele teria sido submetido “a quase vinte meses de confinamento solitário em escuridão quase constante”, algo que “equivaleria à tortura”.