8M: mulheres em greve contra violência no México
Ronaldinho preso no Paraguai ▪ Menos Médicos: interior do Brasil sofre sem cubanos ▪ 8 de março pela América ▪ País a país, um resumo das notícias do continente, no Giro Latino #20
Além de mulher e mexicana, Ingrid Escamilla, 25, tem outra coisa em comum com Fátima Cecilia Aldighetti, de só sete anos: as duas foram brutalmente assassinadas em fevereiro pelo simples fato de serem mulheres. Além de liderar rankings de jornalistas mortos, o México também se destaca na região quando o assunto é feminicídio: só este ano, 68 foram registrados. Os dois últimos casos, também por acontecerem na mesma semana, levaram movimentos feministas novamente às ruas da capital, pedindo medidas urgentes do governo López Obrador. Com uma agenda de campanha que prometeu avanços em medidas sociais e o combate à violência no país, o presidente anda questionado: além de ter sido criticado por diversas falas machistas, pouco fez de fato para conter o avanço do banho de sangue que assola o México desde a corrida presidencial. Com o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, caindo este ano em um domingo, os movimentos feministas do país convocaram uma paralisação nacional para segunda-feira (9), pedindo maior proteção aos seus direitos e atenção às demandas e desigualdades. “Un día sin mujeres” quer protestar com a ausência: ao invés de ocupar espaços públicos, como costuma ocorrer nessas manifestações, a ideia é esvaziá-los – e fazer o país sentir como sua desvalorizada presença é essencial em todos os outros dias.
Nesta véspera do #8M, o GIRO LATINO traz sua cobertura habitual do continente, mas em uma edição mais longa, dando atenção redobrada ao noticiário sobre as demandas, realizações e indignações das mulheres latino-americanas. Excepcionalmente nesta semana, essas notícias virão destacadas com ♀️. E deixamos também uma dica de Nana Soares, jornalista e especialista em gênero: “O parto roubado”, um especial que narra experiências de 27 mulheres sobre a dificuldade de dar à luz em solo latino. A violência obstétrica ainda é uma sombria realidade no continente. No Salud Con Lupa.
Un sonido:
Também no YouTube.
💊 O contador do coronavírus: Depois de Brasil (agora com 13 casos confirmados) e México (6) entrarem na lista na semana passada, a América Latina passou a registrar coronavírus também em Agentina (8), Chile (4), Colômbia (1), Costa Rica (1), Equador (13), Peru (1) e República Dominicana (2). Ainda não há registro de mortes na região, e um paciente mexicano se recuperou. Utilizando dados da OMS e de organizações sanitárias locais, o Johns Hopkins atualiza diariamente as estatísticas do coronavírus, país a país. No mundo todo, eram 102,1 mil infectados até a noite de sexta.
ARGENTINA 🇦🇷
♀️ Após o presidente Alberto Fernández anunciar, no último domingo (1º), que enviaria em até dez dias um novo projeto de lei para legalizar o aborto, ativistas pró e contra a medida prometem manifestações na semana que vem. A demanda pelo aborto legal já havia avançado em 2018, chegando a ser aprovada na Câmara, mas foi derrubada no Senado. Agora, uma nova batalha aguarda as pañuelos verdes, como são chamadas as mulheres que lutam pela lei. No G1.
Reivindicando a soberania sobre as Malvinas, o governo Fernández espera encontrar soluções bilaterais com os britânicos, a quem o pedaço de terra está submetido atualmente. Durante a semana, vice-chanceleres se encontraram e prometeram “cooperação”. O novo governo argentino fala nisso desde a transição. No Clarín.
O presidente da Câmara, Sergio Massa, viajou a Brasília para encontro com seu homólogo Rodrigo Maia, além do presidente do Senado, Davi Alcolumbre e do STF, Dias Toffoli, além do próprio Jair Bolsonaro. Esperado com direito a homenagem do parlamento brasileiro, Massa discutiu temas como Mercosul, comércio entre os países e até saídas para o pagamento da bilionário dívida que o Estado argentino tem com o FMI. No Infobae.
BOLÍVIA 🇧🇴
A Creemos, coalizão que postula Luis Fernando Camacho (líder ultradireitista que ganhou proeminência nos protestos anti-Evo) à Presidência, está sendo investigado pelo tribunal eleitoral por incluir referências religiosas em seus anúncios de campanha. A lei proíbe. Camacho acusa Evo de ter feito o mesmo. Em El Deber.
Evo Morales não acredita na lisura do processo eleitoral marcado para o próximo dia 3/5, prevendo fraude ou golpe para evitar um triunfo de Luis Arce, candidato de seu partido. “Investiram tanto, com tantos mortos, duvido que a direita boliviana com apoio dos Estados Unidos seja governo por (só) seis ou sete meses”, afirmou o ex-presidente, refugiado em Buenos Aires. Via Reuters.
CHILE 🇨🇱
♀️ O país ganhou uma lei mais abrangente para combater o feminicídio. Na segunda (2), o presidente Sebastián Piñera promulgou a chamada Lei Gabriela, que considera autor de feminicídio a pessoa que, com motivo de ódio, menosprezo ou abuso causado por gênero, mate uma mulher – independentemente de haver ou não um relacionamento prévio com ela. As penas vão de 15 a 40 anos de reclusão, e foi eliminado também um antigo dispositivo do Código Penal que considerava o “ciúme” um atenuante. O nome da nova lei é uma homenagem a Gabriela Alcaíno, jovem de 17 anos que em 2018 foi assassinada, ao lado da mãe, pelo ex-namorado. Na CNN.
O caso Catrillanca, que indignou o país no fim de 2018, começou a ser julgado nesta quinta (5) pelos tribunais chilenos. Camilo Catrillanca, de 24 anos, era um dos indígenas envolvidos nos conflitos por terra do sul do Chile, e foi executado após ser capturado pela polícia. O caso, e a tentativa de acobertar as reais circunstâncias de sua morte, levaram à queda do então diretor de Carabineros (a polícia militar local) e a uma sucessão de adiamentos do processo. Na Radio Cooperativa.
COLÔMBIA 🇨🇴
♀️ O Tribunal Constitucional rejeitou, na terça (3), uma demanda que buscava proibir o aborto no país em qualquer circunstância. Por outro lado, também manteve a posição de não discutir uma ampliação indiscriminada para as 16 primeiras semanas de gestação. A interrupção segue só podendo ocorrer em casos nos quais há risco para a vida da mãe, se houver má-formação do feto ou se a gravidez for resultante de um estupro. No G1.
O presidente Iván Duque visitou seu homólogo, Donald Trump, no início da semana, cumprindo a cartilha de todos os líderes latinos que passam pela Casa Branca ultimamente: discutiram eventuais acordos econômicos, narcotráfico e a situação da Venezuela. O debate específico da vez foi a indicação de Trump para que a Colômbia faça fumigações aéreas de modo a combater plantações de coca. Via Reuters.
Un hilo:
Conheça mais sobre Ernesto Cardenal, falecido no último domingo (1º).
COSTA RICA 🇨🇷
Um escândalo de coleta de dados privados de cidadãos costa-riquenhos levou à renúncia do ministro da Presidência, Víctor Morales, após sete meses no cargo. Depois que as suspeitas vieram à tona, a oposição apresentou uma moção de censura contra o ministro, que decidiu deixar a pasta antes de passar pelo processo que poderia removê-lo. Segundo o governo, a coleta e análise de dados privados e confidenciais mantidos por agências governamentais tinha como objetivo “guiar as políticas públicas” do país. No Tico Times.
CUBA 🇨🇺
Com o começo do governo Bolsonaro, Havana cancelou o programa Mais Médicos com o Brasil. Agora, depois de um ano, os números assustam: a mortalidade de bebês indígenas cresceu em 2019, com 12% mais casos em relação a 2018. Os médicos incluídos no programa eram responsáveis por regiões inóspitas, abraçando muitos povoados e reservas indígenas. Na BBC.
A imagem latina mais conhecida do século 20 completou 60 anos nesta semana: o famoso retrato de Che Guevara, de boina e olhos no horizonte, infinitamente reproduzido desde então, foi clicado originalmente por Alberto Korda em 5 de março de 1960. Guevara, outros líderes da recente revolução e até mesmo convidados internacionais então fascinados por Fidel Castro, casos de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, participavam de um funeral massivo para a tripulação do navio francês Le Coubre, que havia explodido no dia anterior enquanto transportava armas para o exército cubano. A história da foto, no Infobae.
EL SALVADOR 🇸🇻
“Nem um raio de sol para ninguém”, decretou o presidente Nayib Bukele em todos os presídios do país, após o assassinato de dois soldados. Os casos aconteceram a alguns quilômetros da capital, onde estão concentrados os maras salvatruchas, membros da maior gangue do país; estima-se que a população carcerária pandillera supere os 17 mil. Em dura luta política contra o crime organizado, Bukele segue à espera de apoio no Congresso. No República.
EQUADOR 🇪🇨
♀️ O país graduou, na quinta (5), sua primeira turma de mulheres indígenas para a Polícia Nacional. Ao todo, 106 delas foram promovidas com o título de tecnólogas em Segurança Cidadã e Ordem Pública, provenientes dos povos kichwa (82), shuar (23) e huaorani (1). Elas passaram dois anos sendo treinadas e devem atuar nas regiões de suas próprias comunidades, na Amazônia equatoriana. Em El Telégrafo.
Preso no país em abril de 2019, sob a acusação de “interferência na integridade de sistemas computacionais”, o desenvolvedor sueco Ola Bini teve sua audiência de preparação para o julgamento nesta semana. Visto por muitos como um defensor da privacidade e segurança na internet, Bini foi detido no Equador no mesmo dia em que o país retirou o asilo concedido a Julian Assange, fundador do WikiLeaks. A Anistia Internacional pediu atenção ao caso, suspeitando que o devido processo legal pode ser atropelado em nome de uma perseguição política.
GUATEMALA 🇬🇹
O Congresso guatemalteco aprovou, na terça (3), um projeto de lei com penas mais duras, buscando erradicar o trabalho infantil no país. Apresentado em 2014 e em discussão desde 2016, o projeto tramitava lentamente até uma bomba recente afetar a credibilidade internacional do país e apressar os políticos: um documentário do Channel 4 britânico denunciando o uso de crianças e trabalho escravo para a produção de café na nação centro-americana. A lei, no entanto, ainda não passou a valer: agora vem a fase das emendas. Na Prensa Libre.
Gilberto Jordán, ex-militar guatemalteco, foi deportado pelos EUA nesta semana após cumprir dez anos de prisão. Ele agora será julgado também em seu país natal. Procurado por crimes contra a humanidade no massacre de Dos Erres, em 1982, Jordán era membro dos kaibiles, um esquadrão da morte conhecido por suas atrocidades durante a guerra civil no país (1960-1996). Ele confessou sua participação no episódio de Dos Erres, que ceifou 200 vidas, inclusive com crianças atiradas em poços d’água. Na BBC.
Un nombre:
Isla Mujeres – destino paradisíaco na chamada “Riviera Maia”, próximo à península de Yucatán, essa ilha seria um local consagrado à deusa Ixchel, do amor e da fertilidade. Em sua homenagem, pequenas figuras femininas eram deixadas na praia. Conta-se que, ao chegar por lá em 1517, os espanhóis rapidamente começaram a se referir à “Ilha das Mulheres”.
HAITI 🇭🇹
O presidente Jovenel Moïse nomeou seu novo primeiro-ministro. Joute Joseph, antigo dono da pasta do Meio Ambiente e depois da Economia, agora passa a ocupar o assento mais incerto do governo: desde 2019, quando o então primeiro-ministro Jean-Henry Céant renunciou, o país vem acompanhando um entra e sai na posição. Para piorar a crise política, o antigo Parlamento (cujo mandato terminou no início deste ano, dando a Moïse plenos poderes para governar por decreto) pede a saída o presidente, não reconhecendo suas ações e ordenando a formação de um novo governo para a restauração institucional. Em El Caribe.
HONDURAS 🇭🇳
♀️ Pelo quinto ano, a polícia hondurenha está realizando na semana do 8 de março a chamada “Operação Débora”, quando seus efetivos se dedicam a varrer o país com ordens de captura contra acusados de violência contra mulheres. O mutirão inclui plantões nas subsedes da Procuradoria da Mulher para prestar assessoria jurídica àquelas que desejem fazer denúncias. Em La Prensa.
Na terça (3), o assassinato da líder ambiental Berta Cáceres completa quatro anos sem as devidas reparações. Ainda que sete pessoas tenham sido julgadas e condenadas pela execução da ativista, uma comissão de observação alerta que membros do alto escalão da empresa DESA, alvo de denúncias de Cáceres, teriam sido os mentores do crime. Na teleSUR.
MÉXICO 🇲🇽
♀️ Em resposta à greve de mulheres convocada para segunda (9), um cardeal mexicano foi às redes pedir que a população não participe da manifestação. Juan Sandoval Iñíguez, arcebispo emérito de Guadalajara convocou o “antiprotesto” em um vídeo difundido por uma organização contra o aborto. A Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), criticada por Sandoval, diz que apoia a paralisação. Na CNN.
As notícias de recessão na economia mexicana em 2019, somadas à violência recorde que seu governo não conseguiu conter no primeiro ano de mandato, tiveram um peso sobre a (ainda elevada) popularidade do presidente Andrés Manuel López Obrador: uma pesquisa divulgada no último domingo (1º), indicou que AMLO tem a aprovação de 62% da população, uma queda de 25 pontos em relação à sondagem realizada um ano mais cedo. Já o número de pessoas que considera que o país segue um “caminho equivocado” subiu de 29% para 40% entre novembro e fevereiro. Via Reuters.
Julgado nos EUA por supostos crimes de espionagem a serviço do governo russo, o cientista mexicano Héctor Alejandro Cabrera Fuentes se disse inocente diante dos tribunais. Ele tenta escapar de uma pena de 10 anos, após ser detido em um aeroporto com mensagens “suspeitas”. O biólogo, dizendo-se vítima de “perseguição científica”, recebe apoio de seus conterrâneos da cidade de El Espinal, no estado de Oaxaca, onde tem importante de notoriedade. O prefeito da cidade fez um suplício a López Obrador para que interceda pela liberação de Cabrera. Em El País.
NICARÁGUA 🇳🇮
♀️ Em meio às perseguições políticas de todos os dias sob Daniel Ortega, o movimento feminista também sofre: seu governo acabou com a possibilidade de aborto mesmo em casos de estupro ou risco à vida da mãe e atacou mobilizações que buscavam uma maior penalização dos casos de violência contra as mulheres. Uma das principais vozes de denúncia é a da socióloga María Teresa Blandón, líder feminista nicaraguense, para quem Ortega “é emblemático da cultura machista”. Em El País.
PANAMÁ 🇵🇦
Explosão de migrações infantis: segundo dados divulgados pela Unicef nesta semana, o número de crianças cruzando a fronteira panamenha através do Tapón de Darién (região de selva na fronteira com a Colômbia), acompanhando adultos ou não, multiplicou-se por sete entre 2018 e 2019: de 522 registros para cerca de 4 mil. O destino dos menores, metade deles com idade abaixo de 6 anos, seria os EUA e o Canadá. Em La Estrella de Panamá.
Segundo dados do Diálogo Interamericano, o país é um dos latino-americanos em que estudantes usam cada vez mais a língua inglesa no dia a dia. Por meio um de programa de nome “Panamá Bilíngue”, docentes têm a obrigação de atingir o nível intermediário alto do idioma estrangeiro. Atualmente, 361 professores contam com a certificação. No América Economía.
PARAGUAI 🇵🇾
Caso Ronaldinho: o Paraguai ganhou manchetes do mundo inteiro nesta semana após a detenção do ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho Gaúcho, na quarta (4) à noite, flagrado com passaportes paraguaios falsos ao lado do irmão (e empresário), Roberto de Assis Moreira. Embaixador do Turismo do governo Bolsonaro, Ronaldinho estava no país vizinho para inaugurar um centro de treinamentos, e alega ter recebido os passaportes e cédulas de identidade de boa-fé, acreditando que a naturalização paraguaia (supostamente à revelia) se trataria de mais uma homenagem como “cidadão honorário”. O caso, ainda confuso e mal explicado, provocou a renúncia do diretor de Migrações paraguaio, Alexis Penayo, reclamando que não recebeu apoio do Ministério do Interior para levar as investigações adiante. Na delegacia onde prestou depoimento, Ronaldinho parecia interessar mais pelas oportunidades de selfies do que pelos eventuais esclarecimentos. Ainda assim, na sexta (6), determinou-se que os irmãos Assis deveriam dormir na cadeia. A Justiça paraguaia deve definir neste sábado se mantém ou revoga o pedido de prisão preventiva. Não é a primeira vez que Ronaldinho se vê às voltas com a Justiça.
Há 150 anos, a completar no domingo (8), Argentina, Brasil e Uruguai testemunhavam a rendição das últimas tropas leais a Solano López, morto uma semana mais cedo. A Tríplice Aliança uniu forças em 1864 para enfrentar o expansionista López, dando origem ao mais sangrento conflito da história da América Latina. À parte da cisão geopolítica e das decisões decorrentes do conflito encerrado em 1870, o embate dizimou mais da metade da população paraguaia da época, incluindo milhares de crianças guaranís postas para lutar. Na BBC. E o documentário, na Netflix.
PERU 🇵🇪
♀️ Duas irmãs quéchuas recorrem à sabedoria dos antepassados para combater os efeitos das mudanças climáticas nos Andes: diante do derretimento dos glaciares “eternos” das montanhas, que já tiveram uma redução de 30% desde 2000, as engenheiras agrícolas Magdalena e Marcela Machaca construíram reservatórios para guardar a água da chuva, que também é cada vez mais escassa na região. “As lagoas (artificiais) fazem o papel que as águas congeladas costumavam exercer”, explica uma delas. Via Reuters.
O país tenta combater números assustadores do abuso sexual de menores. Após fechar o ano de 2019 com mais de 5,1 mil menores vítimas de algum tipo de violação, o que dá mais de um caso a cada duas horas, o ano de 2020 já registrou 464 denúncias (100 a mais comparado a janeiro do último ano), segundo o Ministério Público. Em El Comercio.
Aos 100 anos, morreu o ex-secretário-geral da ONU, Javier Pérez de Cuéllar. Diplomata e político, Cuéllar foi o único latino-americano a ocupar o posto máximo da entidade, entre 1982 e 1991, o quinto na história. Defensor dos direitos humanos, tentou vencer o ditador Alberto Fujimori nas eleições de 1995, mas acabou derrotado. Sua morte foi lamentada por diversas autoridades, incluindo o presidente Martín Vizcarra. Em El Comercio.
Una expresión:
Estoy Chihuán – expressão peruana de uso recente, é dita por alguém sem dinheiro ou cujo salário não chega ao fim do mês. A origem é sarcástica: faz referência à deputada fujimorista Leyla Chihuán, que em 2018 reclamou que seu salário de parlamentar (cerca de US$ 4,5 mil por mês) era insuficiente para tudo o que fazia.
PORTO RICO 🇵🇷
Foi autorizada a reabertura de 32 escolas públicas fechadas desde o início do ano na ilha, após a série de terremotos que sacudiu Porto Rico entre o fim de dezembro e janeiro. Ainda restam 69 instituições com as portas fechadas para o semestre letivo que se iniciou nesta semana. Em El Nuevo Día.
Rafael Cancel Miranda, último sobrevivente de um ataque ao Congresso dos EUA buscando a independência de Porto Rico em 1954, faleceu na segunda (2), aos 89 anos. Em 1º de março daquele ano, Cancel Miranda e outros três nacionalistas desfraldaram uma bandeira porto-riquenha e abriram fogo contra os congressistas, ferindo cinco. Condenado a 84 anos de prisão, ele recebeu um perdão presidencial de Jimmy Carter e foi solto em 1979, após cumprir 25 deles. De volta à ilha, seguiu militando pela causa até o fim da vida. Em El Nuevo Día.
O vocalista René Pérez, conhecido como Residente por seu sucesso na banda Calle 13, lançou uma música sobre sua vida. Nas primeiras 24 horas, o vídeo já batia 4 millhões de visualizações, sobretudo pelo caráter revelador: com o nome “René”, a canção vai no íntimo do rapper, que volta à própria infância para contar sobre sua depressão. No Vanguardia.
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
A suspensão das eleições municipais do último 16/2, após supostas falhas no sistema eletrônico (que compunha apenas 11% das urnas), afetou a confiança na lisura do processo. A oposição acusa o governo de inventar um pretexto para adiar o pleito (para 15/3), já que, segundo ela, a situação “sabia que perderia”. Uma pesquisa divulgada quarta (4) apontou que 88% dos dominicanos consideram que a credibilidade das eleições piorou. No Diario Libre.
URUGUAI 🇺🇾
Uma agenda mais liberal, sequência aos avanços alcançados nos direitos civis e um Mercosul que deixe ideologias de lado. Assim começa o governo de Luis Lacalle Pou, que encerra 15 anos da hegemônica centro-esquerda progressista do Frente Ampla. Desfilando em um Ford V8 dos anos 1930, herdado do avô, também político, o centro-direitista deve tocar um país equilibrado, onde mudanças abruptas não têm vez. No GIRO EXTRA de novembro, contamos com detalhes o que está em jogo nessa virada da bússola. Na BBC.
♀️ Apenas três das 34 federações esportivas do Uruguai são presididas por mulheres. Com uma população diminuta e investimentos dominados pelo futebol masculino, a nação entra em mais um ano olímpico com pouca esperança de subir ao pódio – algo que fez apenas 10 vezes na história, sempre com homens, e pela última vez no ano 2000. No Referí, uma entrevista com Danae Andrada, presidenta da Federação Uruguaia de Hóquei, um raro esporte dominado por mulheres no país.
VENEZUELA 🇻🇪
♀️ Em mais uma declaração infeliz durante um evento prévio ao 8 de março, Nicolás Maduro celebrou o fato de uma das mulheres da audiência ter seis filhos e instou que todas as venezuelanas seguissem o seu exemplo: “a parir pois, a parir, que todas as mulheres tenham seis filhos. Que cresça a pátria!”, disse. Em um país que sofre com a insegurança alimentar, uma perene crise econômica e a escassez de medicamentos, a exortação foi fortemente criticada por entidades feministas e de direitos humanos. Via AP.
Omar Enrique ganhou fama compondo merengues para as campanhas eleitorais de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Agora, ele ganhou um cargo oficial do governo, como presidente do movimento musical “Corazón Merenguero”, cuja função, pouco clara, é descrita vagamente como divulgação da cultura venezuelana no exterior. Em El Pitazo, um perfil de Omar, considerado um “bobo da corte” pela oposição.
Dois ex-diretores da estatal do petróleo, a PDVSA, presos na última sexta (28), estão sendo acusados de fornecer informações confidenciais aos EUA. De acordo com um comunicado do governo divulgado no início da semana, a atuação dos dois facilitava a imposição de sanções por parte dos norte-americanos. No site do Governo da Venezuela.
A abuelita e o GIRO
Por María Clara Fernández
“Comecei a imprimir as edições do Giro Latino para minha avó. Ela lê e arquiva as edições em uma pasta etiquetada: ‘Giro Latino’”, contou María, em uma grata surpresa que chegou na caixa de mensagens.
Com a família argentina, chegou ao Brasil aos sete anos e vê na avó um pouquinho do que faz o Giro Latino: a abuelita também fica entre Buenos Aires e São Paulo. Nós, pela notícia. Ela, pela saudade… (Leia o texto completo aqui)
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O Giro Latino é produzido por Girão da América, Impedimento e Fronteira.