🇵🇦 Protestos contra mineração ganham as ruas do Panamá
Argentina: direita tradicional anuncia apoio a Milei e racha coalizão | Venezuela: banida, conservadora vence primárias da oposição; chavismo denuncia “fraude” | Furacão Otis mata 27 no México
“Tomamos a decisão correta, não a mais fácil”. Foi assim, pisando em ovos, que o presidente panamenho Laurentino Cortizo classificou na terça (24), em um recado transmitido à nação, a própria decisão de sancionar uma lei que estabelece um novo contrato milionário de concessão entre o Estado e a gigante canadense First Quantum Minerals (FQM), de quem a empresa Minera Panamá é subsidiária. A medida foi ratificada pouco após ser aprovada no Congresso, no final da última semana, mas seguiu sendo o principal assunto no país por ter se tornado um gatilho para massivos protestos populares, sobretudo no perímetro da capital. De forma uníssona, cidadãos e organizações sociais e indígenas, que marcham pelas ruas há pelo menos uma semana, pedem um país “sem mineração”, denunciando os vários riscos ambientais apresentados pela exploração da FQM, que administra a maior mina de cobre a céu aberto da América Central.
Um clássico latino-americano, o caso coloca em lados opostos da equação os ganhos vindos da lucrativa exploração de recursos naturais e os impactos que ela gera no meio ambiente – como se sabe, o primeiro fator geralmente prevalece. Defensor do novo contrato de 20 anos, o governo também promete aliar as duas questões, dizendo por meio de representantes que a própria presença de corporações nessas zonas exploradas “ajuda a protegê-las”. De forma polêmica, o presidente da Câmara Mineira, Roberto Cuevas, argumentou que o Estado não destinava recursos de conservação a estes locais antes da chegada da mineradora e garantiu que a atividade coexiste com um extenso plano ambiental. “Não se trata só de declarar áreas protegidas, é preciso investir dinheiro”, disse. Além das promessas, a gestão Cortizo defende que a atividade da FQM gera milhares de empregos diretos e indiretos, contribuindo com cerca de 4% do PIB do país e três quartos das receitas de exportação.
Argumentos que, no entanto, não reduzem a preocupação de diversos grupos ambientalistas e sindicatos, que apontam irregularidades em várias das 62 páginas do documento recentemente discutido em votação legislativa. Deputados contrários à concessão, por exemplo, dizem que até mesmo os ajustes finos feitos na lei se tornaram “maquiagens”, produzindo um acordo que apresenta riscos legais similares aos que fizeram tratativas anteriores pararem na Justiça. Vale lembrar: em 2018, após anos de impasses, a Corte Suprema de Justiça do país declarou “inconstitucional” o contrato original de exploração da First Quantum Minerals – mas, como a mineradora recorreu da sentença em mais de uma oportunidade, a decisão final se arrastou, dando tempo de sobra para a atividade se desenvolver e a exportação no setor decolar em sequência (aumentando, portanto, argumentos pró-mineração).
Como explicado pelo GIRO desde o ano passado, o Panamá e a multinacional só voltariam a ter problemas de fato no final de 2022, quando divergências relacionadas à renovação do acordo – este, aprovado agora – suspenderam as operações na mina de cobre. Nesse meio tempo, ativistas seguiram alegando que “dinheiro algum” seria capaz de restaurar o território afetado pela mineração. Preocupações que só devem aumentar: apesar de prever um valor de repasse aos cofres públicos 10 vezes maior, o novo acordo projeta uma área total de concessão que chega a quase 13 mil hectares, sendo a metade diretamente afetada pela exploração; análises mostram que a mineração é um dos principais fatores por trás do aumento do desmatamento em áreas panamenhas que compõem o Corredor Ecológico Mesoamericano, uma das áreas de biodiversidade mais importantes do planeta.
O assunto do momento teve um destaque ainda maior por, coincidentemente, ganhar novos e tensos capítulos durante a Semana do Clima da América Latina e do Caribe, realizada entre os dias 23 e 27 justamente na Cidade do Panamá. O hotel que recebeu autoridades e representantes do setor também virou alvo das manifestações.
Se antes as críticas se limitavam a grupos ligados ao meio ambiente, não mais: durante a semana, protestos com milhares de pessoas pararam o país pedindo a revogação do acordo, com diversos pontos da capital sendo interditados por bloqueios. Até a sexta-feira (27), pelo menos 215 manifestantes haviam sido detidos, segundo os informes mais recentes da Polícia Nacional, ao passo que dezenas de agentes de segurança haviam se ferido levemente – o que, por sua vez, gerou uma resposta mais enérgica por parte das autoridades, com relatos de uso de gás lacrimogêneo para dispersar multidões. Irredutível, Cortizo criticou manifestantes dizendo que não toleraria o que chamou de atos de “vandalismo ou chamados à anarquia”. As jornadas deste final de outubro acontecem pouco mais de um ano após uma série de paralisações em função do alto custo de vida, reflexo da ressaca da crise gerada pela pandemia e dos efeitos econômicos dos conflitos na Europa.
Se no ano passado as pressões populares fizeram o governo ceder e reduzir preços da cesta básica, os protestos que se espalham pelas ruas panamenhas este mês ainda não dão qualquer sinal de trégua ou acordo. Para aumentar a temperatura do caldeirão social, novos ingredientes se somaram: num misto agridoce de esperança para a reivindicação dos manifestantes e ecos do imbróglio judicial que não conseguiu barrar o avanço da atividade mineira anos atrás, a mesma Corte Suprema admitiu, no início da semana, uma alegação de inconstitucionalidade contra um dos artigos da nova lei sancionada. O assunto deve ser discutido pelos magistrados nos próximos dias, mas sem grandes chances de reverter o contrato recém-assinado.
Ajude o GIRO a ficar cada vez melhor! Faz um PIX pra nós! Copie o e-mail ou a chave para enviar o valor que quiser.
pixdogiro@gmail.com
Quer dar uma força de outra maneira? Também habilitamos a opção de contribuição via Substack. Ou, se preferir, nossa campanha de financiamento recorrente segue ativa no Catarse.
Un sonido:
DESTAQUES
🇦🇷 Argentina: direita moderada anuncia apoio a nada moderado Javier Milei e racha coalizão – Vamos por partes: se ainda faltavam motivos para acreditar numa virada de jogo da coalizão governista, liderada pelo ‘superministro’ da Economia Sergio Massa, não faltaram mais. Na noite de domingo (22), de forma bastante surpreendente e bem diferente do que se viu nas primárias obrigatórias de agosto, o peronista venceu o primeiro turno das eleições presidenciais – ficando, inclusive, relativamente perto de vencer o páreo no primeiro turno. Com a apuração virtualmente completa, Massa terminou com 36,68% dos votos, uma vantagem considerável frente aos 29,98% conquistados pelo libertário de extrema-direita Javier Milei – de acordo com a lei eleitoral argentina, o pleito poderia ter sido encerrado logo de cara caso o líder Massa obtivesse 40%, mantendo uma distância de 10 pontos percentuais do candidato mais próximo. Como isso não aconteceu, os dois políticos agora medem força outra vez em 19/11, em busca de um mandato de quatro anos que se inicia em dezembro. Virada a página da conquista parcial, o peronismo sabe que não tem nada garantido e voltou a ligar as luzes de alerta dois dias depois do pleito: isso porque a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, terceira mais votada no domingo e dona de mais de 6 milhões de votos, quebrou o silêncio e anunciou apoio a Javier Milei. A decisão, é bem verdade, não é lá surpreendente. Mesmo antes de sair de cima do muro, Bullrich já havia descartado qualquer chance de apoiar os governistas, classificando-os de “máfias populistas”. Agora a coisa mudou de tom: com direito a abraços constrangedores, Pato Bullrich disse ter “perdoado” Milei pelos ataques feitos durante a campanha, mas descartou já ter encaminhado uma vaga num eventual governo do extremista. Toda a trégua entre as direitas foi costurada pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), que retirou sua candidatura em março para atuar nos bastidores da coalizão Juntos por el Cambio (JxC). Mas, se para Milei o apoio vem em boa hora, o mesmo não vale para uma ala da coalizão conservadora que pregava neutralidade no segundo turno. Entre os incomodados com a decisão da ex-ministra está Horacio Larreta, prefeito de Buenos Aires. Derrotado por Bullrich nas primárias que definiram o representante da JxC, Larreta era considerado o nome menos radical entre os favoritos do grupo – na quarta-feira (25), o prefeito disse à imprensa que sequer ficou sabendo da reunião “secreta” entre Bullrich e Milei, deixando nas entrelinhas que já há uma ruptura total entre diferentes correntes dentro da coalizão. Em outra oportunidade, Larreta chegou a dizer que “ambas as opções [do segundo turno] são ruins”. Analistas também apontam que a atual guinada de Macri e seus aliados poderia bagunçar totalmente as entranhas da política argentina. Resta ver quem se beneficiará disso no mês que vem.
Veja também: Detalhes sobre os candidatos e o fenômeno Milei
🇭🇹 Justiça do Quênia adia envio de forças policiais ao Haiti – Nada feito: na terça (24), a Justiça em Nairóbi decidiu prorrogar, por pelo menos mais duas semanas, uma ordem que veta o envio de tropas da Polícia queniana ao Haiti. Membros da corporação do país africano foram escolhidos para liderar uma missão – já aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e sob forte lobby de potências internacionais e países latino-americanos afetados pelo êxodo de haitianos – a fim de apoiar o combalido aparato de segurança pública da nação caribenha na dura guerra contra as gangues (ainda que os próprios agentes quenianos sejam acusados de cometer uma série de abusos no passado, como contado pelo GIRO). A decisão das altas cortes do Quênia veio logo após representantes da mesma ONU reforçarem os alertas para os níveis descontrolados de violência no país caribenho. Diante da pressão, magistrados prometeram dar um novo parecer no próximo dia 9/11 – ainda que tudo dependa de uma votação no Congresso, sem data para acontecer. A medida que emperra o avanço da missão é obra da oposição queniana, que acusa o presidente William Ruto de agir de forma inconstitucional, questionando o mandatário por se preocupar com outro país enquanto o próprio Quênia enfrenta problemas internos de segurança. Em outra parte das páginas político-policiais, a semana do Haiti também teve novas condenações relacionadas ao assassinato do presidente Jovenel Moïse. Via AP.
🇲🇽 Furacão Otis devasta Acapulco e deixa ao menos 27 mortos no México – A passagem de tempestades tropicais costuma assustar a população mesoamericana, embora nem sempre deixe um rastro tão grande de vítimas: na costa oeste mexicana, pelo menos 27 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas desde quarta-feira (25), quando ventos de até 270 km/h carregados pelo Oceano Pacífico atingiram a região, devastando diversas cidades, especialmente a turística Acapulco. Nas redes sociais, moradores divulgam imagens dos estragos e alegam que o número de vítimas poderia ser ainda maior, criticando a falta de atenção do poder público. O furacão também destruiu casas, soterrou lojas e até arrancou paredes de grandes edifícios à beira-mar. O caos seguiu mesmo após a trégua dos ventos: com agentes de segurança concentrados nas buscas, a cidade viveu madrugadas de terror com relatos de saqueios e violência. Inicialmente uma tempestade tropical de menor preocupação, o evento foi rapidamente classificado como furacão de categoria cinco, a mais alta da escala usada mundialmente, surpreendendo meteorologistas pela velocidade com que a situação se agravou. Além de praticamente paralisar o funcionamento na cidade, a catástrofe cortou a comunicação da população por pelo menos três dias – até a torre de controle do aeroporto de Acapulco ficou detonada e só teve atividades restabelecidas na quinta-feira, quando autoridades retomaram uma ponte aérea entre a cidade e a capital para transportar os turistas. A gravidade colocou a costa em alerta máximo, forçou centenas de pessoas a buscarem abrigos públicos e levou o governo a designar milhares de soldados para ajudar nas buscas e limpeza das vias. O último furacão dessa magnitude na costa oeste mexicana ocorreu em 1997, deixando mais de 100 pessoas mortas. Em função das mudanças climáticas, especialistas alertam que muitos desses furacões podem se tornar difíceis de detectar antes que seja tarde demais. Na BBC.
🇻🇪 Venezuela: ‘estrela’ da oposição, María Corina Machado vence primárias, mas segue banida; governo denuncia ‘fraude’ – Confirmando um favoritismo desenhado pela maioria das pesquisas, a ex-parlamentar de direita María Corina Machado, crítica dos governos de Hugo Chávez (1999-2013), nem precisou aguardar o fim da apuração para se consagrar vencedora das eleições primárias da oposição, realizadas no domingo (22). O resultado foi tão esmagador quanto se esperava: com cerca de 2,5 milhões de votos, Machado foi a opção preferida de mais de 90% dos votantes, consolidando-se como o nome único da frente ampla opositora que busca enfrentar o chavismo nas urnas em 2024, quando o país realizará eleições em meio às tréguas acertadas entre governo e oposição – tudo sob os olhares de observadores internacionais. A participação da opositora no pleito do próximo ano, porém, é incerta: desde junho, ela está barrada de concorrer a cargos públicos por um prazo de 15 anos, proibição baseada numa decisão da Controladoria-Geral da República que a processou por supostas irregularidades – ela nega as acusações e diz ser vítima de “perseguição política”. Mas, dessa vez, o impedimento da provável candidata não diz respeito apenas às ambições opositoras, mas também colocam os próprios chavistas numa encruzilhada: como explicado pelo GIRO na semana anterior, o recente aperto de mãos entre governistas e opositores foi respondido pelos EUA com uma suspensão parcial e temporária de sanções aos setores venezuelanos de petróleo, ouro e gás – commodities cruciais para uma economia claudicante e totalmente dependente da exportação de matérias primas. E segundo Washington, esse alívio dos bloqueios econômicos está inteiramente condicionado ao cumprimento dos acordos eleitorais por parte dos chavistas, o que inclui o fim do banimento de políticos da oposição, sejam eles quais forem, diz o Tesouro dos EUA. Mas, surpreendendo um total de zero pessoas, claro que a crise voltou com tudo: dando um giro de 180 graus no clima de trégua entre governo e oposição, o procurador-geral Tarek Saab, aliado de Maduro, anunciou na quarta-feira (25) a abertura de uma investigação criminal contra os organizadores das primárias do final de semana por supostos crimes de usurpação de funções eleitorais e associação para a prática de crime, entre outros (leia a nota do MP). Classificando a votação de domingo de “teatro para enganar pessoas de boa fé”, Saab ouviu reclamações feitas por deputados governistas, além do próprio Maduro, que acusavam de “fraude” os processos recém-realizados. Enquanto isso, mesmo banida e diante de novas pressões ao processo que a credencia a ser o nome da oposição nas eleições de 2024, María Corina Machado foi “oficializada” como presidenciável numa cerimônia simbólica. As novas reações a tudo isso, de Washington a Caracas, são incertas.
🇨🇱🥇 Pan de Santiago tem México arrasador, Haiti de volta ao pódio após 16 anos e Brasil derrubando gigantes latinos no beisebol – Passada uma semana do início dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, alguns países da porção latina do continente vêm registrando os melhores desempenhos de sua história – ou ficando muito próximos disso. O destaque maior vai para o México que, longe de ser uma potência olímpica (nos Jogos de Tóquio, a delegação mexicana conquistou apenas quatro bronzes, ficando numa modesta 13ª posição entre países das Américas), vem obtendo resultados de cinema nos primeiros sete dias no Chile: ao todo, já foram 35 medalhas de ouro e 80 no total, o que rende ao país um segundo lugar provisório no quadro de medalhas, atrás somente dos EUA. No Pan de 2019, o México havia obtido 37 ouros, com seu melhor desempenho até hoje sendo as 42 medalhas douradas competindo em casa, em Guadalajara, em 2011 – duas metas que parecem facilmente superáveis nos próximos dias. Em um volume menor, mas também histórico para seus padrões, aparece a Bolívia, que levou dois ouros e cinco medalhas no total durante a semana – a nação andina só contava com uma dourada em toda a história do Pan antes de 2023. Todos os pódios bolivianos vieram no raquetebol, esporte pouco cotado que sequer faz parte do programa olímpico, mas vem rendendo frutos para os bolivianos no Pan-Americano: 15 das 18 medalhas vencidas pelo país ao longo dos tempos vieram na modalidade. Destaque também para o Haiti, que não via competidores subirem ao pódio desde os Jogos do Rio em 2007, e desta vez já acumula uma prata e dois bronzes, no taekwondo e no boxe. Da parte brasileira, um desempenho abaixo do registrado em edições recentes (foram 20 ouros nesta primeira semana, suficientes para um quarto lugar no quadro, mas muito distante do recorde de 54 vistos ao final das disputas em 2019). Apesar disso, uma equipe brasileira se tornou uma das maiores sensações dos torneios: o improvável time de beisebol, modalidade pouco popular em terras brasucas, que mesmo com alguns atletas amadores superou países onde a modalidade é uma paixão nacional, como Cuba e Venezuela, e já garantiu no mínimo uma inédita medalha de prata que ainda pode virar ouro – a grande final está marcada para às 15h de Brasília deste sábado (28), contra a Colômbia. Para o anfitrião Chile, mais do que a própria contagem de medalhas, os Jogos – o maior evento esportivo recebido pelo país em seis décadas, desde a Copa do Mundo de 1962 – servem de teste para ver se a nação transandina poderá chegar à altura de outro sonho antigo: receber, algum dia, as Olimpíadas, que até hoje só foram disputadas na América Latina em duas ocasiões (na Cidade do México, em 1968, e no Rio de Janeiro, em 2016). O Pan de Santiago prossegue até o próximo domingo (5). Confira o quadro de medalhas e a programação no site do evento.
Relembre como foram os latinos em Tóquio, dois anos atrás: Olimpíadas: os resultados da América Latina
Un clic:
MAIS NOTÍCIAS
REGIÃO 🌎
Neste sábado (28), às 17h (horário de Brasília), o desconhecido Estádio Domingo Burgueño, na cidade uruguaia de Maldonado – conurbada com Punta del Este –, recebe torcedores de Fortaleza e LDU de Quito para a tão aguardada final da Copa Sul-Americana, segundo principal torneio de clubes de futebol masculino da América do Sul. Disputada em final única, formato sempre criticado por muitos amantes del fútbol justamente por afastar torcedores de seus mandos, a decisão pode dar o primeiro título continental ao debutante Leão do Pici – que lançou até camisa comemorativa com as cores celestes para engrandecer o feito. Sabendo que quase 5 mil quilômetros separam a Arena Castelão de Maldonado e considerando que um jogo desse porte também atrairá torcedores neutros que moram na região, o Fortaleza também se valeu de uma campanha inusitada: o clube pediu que seus torcedores levem camisas tricolores extras para distribuir aos moradores que forem ao estádio no dia do jogo, tudo em nome do inédito campeonato. Do outro lado, La U de Quito chega à fase final da Sula pela terceira vez, com chances de ganhar seu segundo título – após uma conquista em 2009 contra o Fluminense e um vice em 2011, contra a Universidad de Chile. Caso vençam, os equatorianos vão se igualar aos bicampeões Boca Juniors e Independiente, ambos da Argentina; ao Athletico Paranaense, do Brasil; e ao também equatoriano Independiente Del Valle, atualmente os maiores vencedores do torneio de segundo escalão iniciado em 2002.
BOLÍVIA 🇧🇴
Mais de 3 mil focos de incêndio florestal. Um dado que poderia (infelizmente) vir de qualquer país latino-americano em função da crise climática atual, o número agora vem do altiplano, onde o fogo já afeta mais de 2,2 milhões de hectares em todo o território boliviano, segundo um informe do Sistema de Informação e Monitoramento Florestal, que atua sob o Ministério do Meio Ambiente e Águas. Apesar de a Bolívia atravessar uma das piores secas de sua história, autoridades dizem que o número atual nem é o mais alto de tempos recentes, visto que os esforços para reduzir os danos ambientais causados por incêndios aumentaram nos últimos anos. “As campanhas que criamos foram importantes”, diz Omar Tejerina, um dos representantes da pasta. Tejerina, no entanto, diz que o problema está longe de uma resolução em função de queimadas iniciadas por agricultores, apesar de uma recente proibição de todo tipo de práticas não autorizadas dessa natureza – os processos contra quem comete esses delitos também se acumulam nos tribunais. No Todo Jujuy.
COLÔMBIA 🇨🇴
A Colômbia terá eleições regionais neste domingo (29) e o grande nome que permeia a disputa é… Gustavo Petro. Isso porque o presidente, nos seus arroubos de síndico bogotano, tenta modificar as obras do metrô da capital e já propõe até plebiscito para decidir o futuro da mobilidade em Bogotá: de um lado, a prefeita Claudia López insiste que a primeira linha seja mantida acima do nível do solo, como um trem; do outro, o presidente quer um metrô subterrâneo. O impasse urbanístico de oito décadas, que contribui para piorar o caótico trânsito no coração da metrópole colombiana, é apenas uma das dores de cabeça que o próximo ocupante da prefeitura de Bogotá terá de enfrentar. E as últimas pesquisas de opinião apontam como franco favorito o ex-jornalista Carlos Fernando Galán, filho do icônico presidenciável Luis Carlos Galán, morto a tiros em 1989. Para se consagrar vencedor em primeiro turno, o candidato do Nuevo Liberalismo, de centro-direita, precisa de 40% dos votos e 10 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado – possivelmente o ex-senador e ex-escritor de telenovelas Gustavo Bolívar, do mesmo Pacto Histórico de Petro. Galán, aliás, não poupou críticas à postura de Petro ao sugerir mudanças nos planos do metrô de Bogotá diretamente ao governo chinês em Pequim, atropelando o andamento das obras. Na reta final das eleições regionais, o presidente voltou às manchetes ao prometer entregar recompensas pessoalmente a quem flagrasse casos de compra de votos. Em La República.
COSTA RICA 🇨🇷
Cadê os US$ 6 milhões que estavam aqui? Desde agosto, é isso que funcionários do Banco Nacional da Costa Rica vêm se perguntando – em segredo até esta semana, quando o caso enfim veio a público. A quantia em espécie desapareceu dos cofres da instituição no oitavo mês do ano, mas só virou escândalo de fato na terça (24), quando autoridades que investigam crimes de corrupção confirmaram uma operação de busca em andamento. Ainda em fases de investigação, a empreitada já trabalha com pelo menos cinco suspeitos, todos funcionários do banco e notificados no início do mês – ninguém havia sido preso até o fechamento desta edição. É bem capaz que esta seção siga falando do assunto nas próximas semanas, sobretudo por não se trata de qualquer quantia: ainda que o próprio banco evite falar em “roubo” antes de obter mais informações e até já considere que pode se tratar de um extravio incomum, este seria o maior delito (em valores) da história do país, caso se confirme que o caso é fruto de má-fé. As buscas seguem. No Delfino.
CUBA 🇨🇺
Não há um único fator que explique a atual crise estrutural em dezenas de construções em Cuba, sobretudo na capital. Mas o fato é que a alvenaria de muitas edificações é consumida aos poucos em razão de furacões, clima úmido e décadas de falta de manutenção adequada. Reconhecendo a gravidade do problema, mas alegando falta de materiais básicos para grandes reformas, o governo cubano é pressionado por moradores de Havana que temem pelos riscos de desabamento e incêndios – tudo enquanto projetos hoteleiros ganham tração para recuperar o turismo pós-pandemia. “Cada vez que chove sinto como se pedrinhas caíssem em cima de mim”, diz uma moradora de uma antiga casa colonial,’ que hoje hospeda várias famílias. Apesar de reformas recentes no Centro Histórico da cidade, imagens mostram que ainda há muito a ser feito. No início de outubro, o desmoronamento de um edifício na cidade deixou pelo menos três mortos. Via AP.
Dale un vistazo:
EL SALVADOR 🇸🇻
Nada acontece pupusa y tamales: os apelos são pertinentes, mas não têm qualquer chance de barrar a nova candidatura do presidente Nayib Bukele em 2024 – apesar de a própria Constituição proibir isso expressamente. Quem voltou a dizer o óbvio foi Abraham Ábrego, diretor da Litígio Estratégico da ONG Cristosal, que comparou as “práticas sistemáticas” cometidas pelo mandatário a abusos cometidos “no passado” na América Latina, quando ciclos ditatoriais e autoritários se empilhavam. Para o representante, “não há precedente histórico que indique que este tipo de governo autoritário, que se mantém no poder, tenha respeitado os direitos humanos”. A entidade lembrou que a própria Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) já fez alertas ante as intenções do presidente, lembrando que El Salvador não está entre as nações do continente em que se permite a reeleição. Mas, como nosso leitor está cansado de saber, Bukele tem quase todo o aparato estatal sob seu comando e, em 2021, de forma até hoje questionada por especialistas, conseguiu reverter na justiça a proibição a uma nova candidatura. Agora, não tem mais volta: a oficialização da nova empreitada eleitoral do presidente foi oficializada na quinta (26). Na DW.
EQUADOR 🇪🇨
Efeitos do El Niño: diante de panes causadas pelo agressivo fenômeno meteorológico, que vem baixando o nível de rios que abastecem as usinas do país, o Ministério de Minas e Energia anunciou na quinta (26) uma série de medidas de racionamento de energia. Segundo o chefe da pasta, Fernando Santos Alvite, a decisão prevê apenas “cortes pontuais” e busca “garantir que não haja um colapso elétrico” frente ao que chamou de “pior seca dos últimos 50 anos”. A primeira leva de suspensões no serviço começou logo na sexta-feira (27) e deve se estender pelo final de semana, ainda que o tempo de corte varie de região para região. O momento é delicado: há menos de 10 dias, o governo estabeleceu medidas emergenciais no setor elétrico frente a uma complicada crise hídrica, sob a justificativa de acelerar processos de contratação de energia e otimizar processos. A decisão também veio após a Colômbia anunciar restrições à venda de energia para os equatorianos; Bogotá alega que enfrenta um quadro similar de escassez energética em função das secas. Mais detalhes, em El Universo.
GUATEMALA 🇬🇹
Se no século passado os EUA e as potências europeias se metiam em assuntos do lado de cá para impedir a ascensão de governos socialistas (sendo que muitos, às vezes, nem isso eram), agora eles também metem o bedelho quando não aprovam os de direita – quando, claro, são considerados autoriatários demais até para os padrões estadunidenses. Não faltam indícios para apontar os abusos políticos e legais em torno da transição de governo na Guatemala após a vitória do progressista Bernardo Arévalo, eleito com folga em agosto, mas alvo de vários ataques judiciais classificados por ele como tentativas de “golpe de Estado”, conforme contado por este GIRO em várias edições (veja as últimas notícias sobre o tema). E foi esse, mais uma vez, o tema de discussões entre o Subsecretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, e o diretor-geral da União Europeia para as Américas, Brian Glynn. Ao lado de outros representantes, as duas autoridades mais uma vez expressaram “graves preocupações” diante dos últimos acontecimentos no país centro-americano, que para eles representam “tentativas flagrantes de minar o resultado eleitoral” que deu vitória à esquerda. Exortando a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) a manter seu “papel importante” de vigilância a respeito do caso, Nichols esteve na capital guatemalteca no início da semana e se reuniu com Arévalo, com quem tratou de “aspectos da democracia, governabilidade, investimento e desenvolvimento”. Na Prensa Libre.
HONDURAS 🇭🇳
“Já solucionamos o problema”, disse, na terça (24), o presidente costa-riquenho Rodrigo Chaves a respeito de uma treta diplomática que durou pouco: a partir de agora, cidadãos de Costa Rica e Honduras não terão mais a cobrança mútua de vistos de entrada, imposição bilateral determinada no início do mês e que acabou gerando burburinho entre os governos das duas nações centro-americanas. A determinação partiu de San José, que chegou a exigir a documentação alegando “razões de segurança nacional” – em resposta, Tegucigalpa devolveu na mesma moeda, gerando um impasse que, para piorar, começou a impactar negativamente o comércio. Não mais: a partir de agora, além de suspensas as medidas de averiguação, ficou combinado após um encontro entre delegações dos dois países que haverá maior cooperação internacional em matéria de segurança. “Solucionamos de uma maneira muito melhor”, completou Chaves. Do lado hondurenho, o chanceler Enrique Reina disse que tudo é fruto de uma “conversa cordial” entre o mandatário tico e sua homóloga Xiomara Castro. Em La Prensa.
MÉXICO 🇲🇽
Nem mesmo agentes de segurança escapam da brutal e numerosa violência no país mais acostumado a essas notícias: na terça (23), o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador enviou pelo menos 300 soldados da Guarda Nacional para reforçar o estado de Guerrero, no sul do território, onde um chefe de polícia local e 12 agentes foram mortos numa emboscada no dia anterior. A região, conhecido palco de disputa entre cartéis de drogas, tem visto o número de ocorrências armadas aumentar em tempos recentes – foram pelo menos três ataques só no início desta semana. Em coletiva, López Obrador lamentou o episódio e prometeu que órgãos do governo irão investigar o caso, que já está sob cuidados da Procuradoria-Geral do país. Segundo dados oficiais, mais de 1,2 mil pessoas foram mortas em Guerrero entre janeiro e setembro, um aumento de quase 25% em comparação com o mesmo período no ano passado. A morte de policiais também é destaque no país, com pelo menos 341 agentes sendo mortos no que vai do ano – contra 403 em 2022. Em El País.
Colocando a oposição ao governista Morena numa possível rota de fragmentação no ano que vem, o jovem governador de Nuevo León, Samuel García, solicitou permissão para concorrer às eleições presidenciais de 2024 – o que exige um período de afastamento de seis meses do cargo. Não é certo que ele consiga de fato se postular como uma opção moderada na votação do próximo ano – o que poderia, no limite, até bagunçar os votos opositores e favorecer ainda mais a presidenciável morenista Claudia Sheinbaum, favorita em quase todos os cenários. Isso porque, numa primeira tentativa diante da Justiça eleitoral, García viu seu pedido ser negado, tendo como única opção levar sua solicitação primeiro ao Congresso de seu estado. E é ali que a coisa complica, já que representantes dos fortes PRI e PAN, que são maioria na Casa, não devem dar luz verde para o governador seguir esse caminho. Ao lado do PRD, também de oposição, as duas legendas uniram forças em uma coalizão para tentar evitar a reeleição do Morena no próximo ano (entenda). Com o impasse envolvendo a desejada candidatura de Samuel García, os rumos de seu partido, o Movimento Cidadão (MC), também são incertos. Em El País.
Un nombre:
Carlos Hitler – O meme foi criado na tuitosfera – mas quem acompanha o GIRO e boa parte da história política latino-americana sente que a piada tem um fundinho de verdade. Sempre presente na linha do tempo dos nossos seguidores, a postagem resume o desespero eleitoral da vizinhança da seguinte forma: na média, em votações na América Latina, a sensação é de que sempre estão em lados opostos do tabuleiro um “ativista progressista de longa data”, cujo partido geralmente controla uma fração minoritária do Congresso, e um sujeito tão conservador que, bom, seria uma versão latino-americana – por isso Carlos – do que há de pior na política mundial. O meme voltou à tona no último final de semana diante das comparações grosseiras ao que teremos no segundo turno argentino, em 19/11, que colocará o candidato peronista Sergio Massa (que não é um progressista ferrenho, mas vá lá) contra Javier Milei, mais um candidato de extrema-direita.
NICARÁGUA 🇳🇮
Numa eterna empreitada contra religiosos que se opõem ao governo de Daniel Ortega, o poder em Manágua dissolveu na terça (24) a ordem dos Frades Menores Franciscanos, além de pelo menos outras 16 ONGs ligadas a entidades católicas e evangélicas. A dissolução, além de expropriar os bens, também cancela a personalidade jurídica dessas organizações, acusadas pelo poder público de não informarem a origem de seus financiamentos e doações. Meses atrás, os orteguistas também ordenaram o cancelamento do status legal da Companhia de Jesus, bem como passaram ao poder do Estado diversas universidades privadas administradas pelos jesuítas – pelo menos 26 centros de ensino entraram nessa lista desde 2018, incluindo a renomada Universidade Centro-Americana. De forma similar ao que alega contra opositores, antigos guerrilheiros dissidentes e ativistas, o governo Ortega acusa entidades religiosas de receberem apoio estrangeiro para conspirar contra sua administração. Na DW.
PARAGUAI 🇵🇾
Violência: no domingo (22), em circunstâncias ainda pouco claras, o líder indígena Arnaldo Benítez Vargas, integrante do povo guarani Paĩ Tavyterã, foi assassinado a pauladas na região de Cerro Corá, Amambay, que faz fronteira com o estado brasileiro do Mato Grosso do Sul. Considerado uma liderança também espiritual pelo povo originário, Vargas chegou a ser levado a um hospital numa localidade próxima, mas morreu vítima de traumatismo cranioencefálico. Ainda que a Polícia Nacional diga que o ato de violência tenha sido fruto de uma suposta discussão ocasional entre o líder indígena e um morador de sua comunidade – os dois, dizem as autoridades, teriam consumido bebida alcoólica na casa do suspeito e brigado em seguida – moradores locais afirmam que o crime tem relação com os conhecidos conflitos de terra na região, uma disputa violenta que há séculos afeta grupos que vivem ali. Para eles, as informações dos policiais “não condiz com a realidade”. Até o fechamento desta edição, o suspeito de matar o ambientalista seguia foragido. No ABC Color e El País.
PERU 🇵🇪
Num aperto de mãos entre duas das lideranças menos agraciadas no subcontinente, a presidenta Dina Boluarte e seu homólogo equatoriano Guillermo Lasso – que deixará o poder no mês que vem – celebraram na sexta-feira (27), em Lima, os 25 anos dos Acordos de Paz de Brasília, que em 1998, sob a mediação de Brasil, Chile, Argentina e Estados Unidos, encerraram mais de meio século de disputas territoriais entre o Peru e o Equador. Os dois países chegaram a iniciar conflitos armados em 1981 e 1995. Em um comunicado conjunto, os ‘mandatários destacaram que as tratativas assinadas no Brasil no final do século “trouxeram paz e uma intensa dinâmica de cooperação” entre os dois países. O governo peruano também condecorou Lasso. No Perú21.
PORTO RICO 🇵🇷
Fim da novela, aparentemente: após uma série de idas e vindas em torno da criação de uma reserva natural na região de Manatí, no centro-norte da ilha, o governador Pedro Pierluisi assinou uma lei para tornar o local outra vez – de forma, espera-se, definitiva – protegido da especulação imobiliária. A Reserva Natural de Mar Chiquita recebeu a designação originalmente no final de 2016, mas desde então vivenciou uma série de idas e vindas, com o status sendo revogado no ano seguinte, e mais tarde sendo outra vez restabelecido por uma decisão do Tribunal Supremo de Porto Rico. Agora, com uma lei que antes recebeu o aval unânime do Legislativo, espera-se que a incerteza chegue ao fim. Antes da nova reserva, a ilha contava com apenas 16,4% do seu território definido como área de preservação, muito aquém da meta de 30% estabelecida no planejamento do governo. Em El Nuevo Día.
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
Partidos políticos dominicanos têm até domingo (29) para definir nomes que vão se candidatar nas eleições gerais de 2024, gerando um corre-corre na política local diante de algumas indefinições. Incertezas que, no entanto, não valem para o governista Partido Revolucionário Moderno (PRM), que em cerimônia neste sábado deve confirmar o presidente Luis Abinader como candidato à reeleição no próximo ano. Vale sempre lembrar: ainda que munido de bons índices de popularidade, sobretudo pela postura rígida com temas relacionados às crises humanitária e migratória no convulsionado vizinho Haiti (relembre), Abinader chegou a dizer anos atrás que era contra se lançar como presidenciável novamente após sua vitória em 2020 – tudo mudou este ano, quando o mandatário disse ter voltado atrás após uma “profunda reflexão” que o fez enxergar “que o país está acima da minha tranquilidade familiar ou pessoal”. Desde então, ele participou das primárias do PRM e foi escolhido sem qualquer susto no início de outubro, com 91% das preferências. Caso vença novamente – que é exatamente o que indicam pesquisas recentes – o próximo mandato seria também o último do político, já que a Constituição proíbe que uma figura seja eleita mais de duas vezes ao cargo máximo no Executivo. A reeleição presidencial, por sua vez, foi restabelecida em 2015, após uma reforma constitucional. No Diario Libre.
URUGUAI 🇺🇾
Separados por um Rio da Prata, os platinos Uruguai e Argentina têm uma história política de mútua influência, relação que aumenta se considerados aspectos turísticos, econômicos e diplomáticos – os dois são membros do Mercosul, por exemplo. Dessa forma, é difícil imaginar que a fervura eleitoral argentina (entenda nos destaques desta edição por que o tema é quente) passe despercebida pelo paisito. Mas, no que depender do presidente Luis Lacalle Pou, Montevidéu seguirá em silêncio a respeito das preferências de seu governo no segundo turno que define o novo ocupante da Casa Rosada em novembro: “que vença quem fizer o melhor pelo meu país”, disse, na quarta (25), durante uma coletiva de imprensa. Prometendo “sentar para conversar” com qualquer um que seja eleito do lado de lá da fronteira, Lacalle Pou aproveitou a oportunidade para mais uma vez cutucar o bloco econômico sul-americano – e até deixou no ar uma possível crítica aos peronistas: “o Uruguai quer que algumas desigualdades sejam melhoradas e que possamos negociar livremente com o resto do mundo”, afirmou, reiterando que “quem cumprir isso, para mim, é o melhor candidato em qualquer país do Mercosul”. Vale lembrar: crítico aos entraves a negociações fora da alçada do bloco, o presidente uruguaio e seu atual homólogo argentino, Alberto Fernández, entraram em atrito várias vezes por discordarem do assunto. Via EFE.
Gostou do nosso conteúdo? Com o seu apoio, podemos construir juntos um GIRO ainda melhor e mais completo. Faça parte!
Também estamos no ex-Twitter, Instagram, YouTube, Podcast e Telegram.