🇵🇦 Panamá: ativistas denunciam atropelos legais e mortes em repressão a protestos
GIRO #288 | Apenas na província de Bocas del Toro, epicentro das marchas contra reformas na previdência, ações da polícia deixaram dois mortos e dezenas de feridos; especialistas pedem investigações

Nos últimos dias, a forte repressão estatal no Panamá vem preocupando organizações sociais e especialistas. Os ativistas denunciam uma nova leva de truculência do governo de José Raúl Mulino em resposta a massivos protestos que, desde maio, cobram a revogação de uma reforma do sistema previdenciário defendida pelo presidente.
As reivindicações por trás das marchas não são novas. Porém, o país agora assiste a uma escalada repressão contra os manifestantes: só entre 20 e 25 de junho, período em que vigorou o estado de emergência na província de Bocas del Toro (atual epicentro das manifestações), o saldo foi de um civil morto, cerca de 300 detidos, dezenas de feridos e denúncias de desaparecimentos forçados e cerceamento à liberdade de imprensa, segundo autoridades e grupos de defensores dos direitos humanos.
Na quarta (25), o poder público despertou ainda mais indignação popular ao colocar em dúvida outra grave denúncia: segundo a organização Aldeas Infantiles SOS Panamá, uma criança de pouco menos de dois anos morreu após inalar gás lacrimogêneo vindo de uma bomba atirada pela polícia dentro de sua casa.
O governo Mulino, enquanto isso, justifica as ações como uma resposta a “atos de vandalismo”, levando juristas e órgãos públicos a entrarem com medidas legais para cobrar respostas e investigações.