🇻🇪 Maduro, ONGs e oposição condenam EUA por acionarem lei de guerra em deportações
GIRO #274 | Venezuela compara gestão estadunidense a nazistas após governo Trump recorrer a legislação do século 18 para enviar migrantes a prisão em El Salvador

Acumulando repúdios e conflitos diplomáticos por toda a América Latina desde a troca de comando na Casa Branca, a implacável agenda antimigratória dos Estados Unidos de Donald Trump despertou mais uma vez a indignação de um governo latino-americano: no domingo (16), a Venezuela comandada por Nicolás Maduro rejeitou, “de maneira categórica”, a deportação de mais de 200 venezuelanos para El Salvador, enviados à infame ‘prisão-modelo’ do presidente Nayib Bukele, vendida como “a maior penitenciária do continente”.
Caracas acusou Washington de aplicar “leis anacrônicas” e de “perseguir seus cidadãos”, criticando uma decisão que “criminaliza de forma infame e injusta a migração venezuelana”. O governo venezuelano ainda reforçou que o ato “evoca os episódios mais sombrios da história da humanidade, da escravidão ao horror dos campos de concentração nazistas”.
Os alertas do país sul-americano ecoaram pela região: advogados e organizações sociais – incluindo as que denunciam o próprio Maduro por violações humanitárias – alegam que alguns venezuelanos deportados teriam sido registrados de forma arbitrária como membros do crime organizado, unicamente por causa de tatuagens bastante comuns – algo que também já levou salvadorenhos inocentes para a cadeia após serem ‘confundidos’ com integrantes de gangues locais. Segundo a representante legal de um deles, seu cliente teria sido fichado como membro de um grupo criminoso por ter uma tatuagem do Real Madrid – isso mesmo, o clube de futebol espanhol.
Os novos eventos não só aumentam a lista de violações da Casa Branca contra latino-americanos como confirmam uma tendência que o GIRO já sinalizava no ano passado: reflexo de seus líderes, os laços de Washington e San Salvador nunca estiveram tão estreitos.