🇭🇹 Haiti: ‘nova Minustah’ ganha apoio na ONU
GIRO #251 | Em semana de Assembleia Geral, missão internacional para tentar ‘pacificar’ o Haiti ganha adesões, mas revive fantasmas da desastrosa tentativa anterior

A cena mais viral envolvendo a América Latina na Assembleia Geral das Nações Unidas teve o Haiti como protagonista: em pleno púlpito, quase no final de sua fala, o líder do Conselho Presidencial de Transição (CPT) tentou pegar um copo d’água, não encontrou e decidiu beber direto da jarra, chegando a encharcar o paletó no processo.
Uma espécie de metáfora forçada demais, a imagem pitoresca de Edgard Leblanc acabou ganhando mais destaque do que muitos debates – sérios – envolvendo os haitianos na ONU. Poucos tópicos regionais foram tão quentes quanto a persistente crise do país caribenho: as lideranças haitianas presentes aproveitaram o espaço para reforçar que o governo deseja que a presença de forças policiais estrangeiras no país mude de patamar, convertendo-se em uma nova missão de paz com aval da ONU.
Essa espécie de “nova Minustah”, aventada pela primeira vez pelos Estados Unidos no começo do mês, vem ganhando cada vez mais adeptos. E, embora seja considerada até por Porto Príncipe uma espécie de última esperança para que o país consiga se reorganizar minimamente para voltar a eleger um presidente (algo que não ocorre desde 2016), traz à memória os fantasmas da fracassada missão de paz que teve o Brasil como protagonista.