Estamos às portas do jogo mais aguardado do ano no futebol da América Latina. Às 17 horas de Brasília, em Lima, Flamengo e River Plate disputam a final da Copa Libertadores de 2019, um duelo que opõe a dinastia recente do clube argentino ao extraordinário jogo apresentado pelos brasileiros (treinados por um português) nos últimos meses: praticamente assegurado como campeão nacional da temporada, o Flamengo também tenta vencer sua primeira Libertadores em 38 anos, e emular algo que só o Santos de Pelé conseguiu realizar, em 1962 e 1963: erguer o título do Brasil e da América do Sul no mesmo ano.
Embora mexicanos e centro-americanos não façam parte da Libertadores, disputando seu próprio torneio para os clubes acima do Canal do Panamá, a tradição e a força do futebol sul-americano fazem com que este jogo atraia os olhares de todo o continente como a definição mais importante do ano. O GIRO LATINO não fica indiferente ao futebol, esse aspecto tão fundamental da cultura daqui, e traz uma edição especial para os assinantes que também aguardam a disputa que se avizinha: um olhar sobre o valor atual da Libertadores, dicas do que fazer enquanto se espera o jogo, números para entender a história do torneio e até mesmo relatos pessoais sobre a Copa.
Em 1971, Nacional de Montevidéu e Estudiantes de La Plata também decidiram a Libertadores em Lima, no que então era o terceiro jogo (desempate). Nas ruas, sem telão, o que atraía olhares eram televisores improvisados sintonizados na partida.
A consagração da obsessão
Quem vê o delírio flamenguista às vésperas da final da Libertadores nem imagina que, 38 anos atrás, a própria torcida carioca encarava a competição continental como um incômodo no calendário, preferindo vencer o campeonato estadual. Para os brasileiros, por muito tempo, a Copa que hoje lhes encanta foi um meio em busca do único fim que interessava: éramos grandes demais para nos digladiarmos com os violentos e catimbeiros da vizinhança. Se calhasse de derrotá-los, o que importava mesmo era o que vinha depois. A taça continental era uma espécie de “semifinal” para o Mundial.
Não é à toa: o principal incentivo para a criação da competição era, justamente, enfrentar o campeão europeu na definição do melhor time do mundo. A Europa já tinha seu torneio desde a temporada 1955/56 e a América do Sul, embora já houvesse passado por tentativas sem continuidade (sendo a mais notável, e única oficializada até hoje, o Sul-Americano de Campeões vencido pelo Vasco da Gama em 1948), só ganharia o seu torneio em 1960.
Certo é que, se desde muito cedo a Libertadores tornou-se uma obsessão para os vizinhos, em especial os platinos (que eram os que efetivamente tinham força para vencê-la), o Brasil a relegava a um plano inferior. Seu futebol, de certa forma, sentia que se bastava sozinho: a exemplo do que a Seleção Brasileira fazia, desprezando o Campeonato Sul-Americano (atual Copa América) enquanto vencia Copas do Mundo, nossos clubes viam a taça continental como um mero trâmite para o que realmente interessava – colocar uma coroa mundialista na cabeça.
Quando o Santos de Pelé, então bicampeão continental e mundial, foi finalmente eliminado nas semifinais da Libertadores em 1964, o Jornal do Brasil não lamentava a perda das chances em nível sul-americano: o Santos estava eliminado da disputa pela taça do mundo, anunciava o diário. Doze anos mais tarde, quando o Cruzeiro se transformou no primeiro clube do país a erguer a Copa desde aquele Santos, a Placar seguinte à conquista destacava menos o título recém-vencido do que o jogo que estava por vir: “Que venham os alemães”, bradava na capa, em referência ao Bayern de Munique – que acabou derrotando os mineiros na final intercontinental.
Isso não mudou de verdade nas décadas seguintes. A partir dos anos 1980, quando a decisão contra o campeão europeu deixou de ser em ida e volta e foi transferida para o Japão, tornou-se um bordão dos dirigentes brasileiros o “Projeto Tóquio”. Quem estava na Libertadores queria passar por ela para enfrentar seu homólogo europeu, mas a taça continental sem a eventual coroa posterior parecia não valer tanto a pena.
A lenta mudança de paradigma desde então, que se intensificou após a virada do século e ganhou novos contornos a partir da ampliação da Libertadores em 2017, tem vários fatores: o maior desnível financeiro entre este lado do mundo e a Europa, que nos privou de craques e tornou títulos mundiais uma quimera cada vez mais inalcançável, a própria mudança de fórmula do torneio que se proclama Mundial, agora com todos os continentes e uma possibilidade muito viva de os sul-americanos sequer chegarem à decisão (como ocorreu em 2010, 2013, 2016 e 2018), e até mesmo o calendário.
Hoje, a Libertadores dura o ano inteiro, acaba poucas semanas antes da disputa mundialista, e nem dá o tempo que existia no passado para “esquecer” a conquista sul-americana e se preparar para a seguinte. O São Paulo foi o primeiro campeão mundial no modelo atual, em 2005, e teve cinco meses de espera para amansar o delírio continental e criar apreensão de enfrentar o europeu (ainda eram tempos em que a arrogância sul-americana nem imaginava ser possível cair antes da final). Em 2017, na primeira Libertadores a durar de janeiro a novembro, o Grêmio ergueu a taça apenas 13 dias antes da estreia no Mundial de Clubes.
É um turbilhão que nem deixa tempo de pensar no que vem depois. Até porque, cada vez mais, o que vem depois costuma ser uma campanha que passa bem longe do troféu. A Libertadores finalmente está valendo por si própria, inclusive para os brasileiros, que tanto resistiram a ela. A tal ponto que, quando a Conmebol ventilou a possibilidade de dar vagas no Mundial de Clubes ampliado de 2021 aos vencedores da Copa Sul-Americana, o torneio secundário da região, ninguém chegou a defender a sério que se ficasse de fora da Libertadores para tentar uma vaga teoricamente “mais fácil”.
Depois de tanto tempo dando as costas para o próprio continente, os brasileiros o abraçam como a sua grande aspiração, seguindo o que os vizinhos já sentiam desde os anos 1960. E hoje é a vez de a maior torcida do país tentar redescobrir o sabor dessa conquista.
O que fazer no aquecimento
Sugestões de como passar o tempo no aguardo da final, independentemente do lado em que você está
Para ver:
O Peru, local da final, também é onde a taça da Libertadores foi confeccionada, há 60 anos. A Conmebol entrevistou o herdeiro da prataria Camusso, responsável pela fabricação do objeto de desejo.
Os lances do único título do Flamengo, em 1981.
Uma compilação de todos os gols do River Plate na Libertadores durante a era Marcelo Gallardo, que já inclui dois títulos (2015 e 2018) e está em sua terceira final.
Para ouvir:
A canção da torcida do Independiente, maior campeão da Libertadores na história, que resume o que os torcedores sentem a cada Copa. “Quiero ganar la Copa Libertadores…”
A música Pasos al costado, da banda Turf, adaptada aos estádios por torcidas argentinas e brasileiras. A Turf é uma das atrações do pré-jogo em Lima e provavelmente levará essa canção ao gramado.
O podcast La Pelota #5, do Globoesporte.com, com participação do nosso co-editor Maurício Brum, projetando a decisão de hoje.
Para ler:
Dose dupla de textos de Douglas Ceconello, um dos fundadores do Impedimento: sobre como o técnico Jorge Jesus já sofreu com uma maldição continental e agora tenta superar outra, e a transformação do River Plate de vítima a carrasco do futebol brasileiro na última década.
A série #60Jogos60Copas, uma parceria do Impedimento com o Puntero Izquierdo, em que 60 partidas históricas da Libertadores estão sendo rememoradas ao longo de 2019, ano em que a Copa chega à 60ª edição.
Esta reportagem em que Jeremias Wernek busca explicar as razões pelas quais os gigantes argentinos, Boca e River, são mais influentes na América Latina do que os brasileiros.
A longa cobertura do repórter Diego Salgado, do UOL, que passou seis dias em um ônibus repleto de flamenguistas, no improvável trajeto Rio-Lima.
Na Trivela, a história e as origens da Libertadores.
Numerologia copeira
Estatísticas úteis – ou nem tanto – para compartilhar na mesa do bar
O River Plate: está disputando sua 35ª edição de Libertadores e busca o 5º título. É o clube argentino que mais vezes participou, mas está longe de ser o que mais venceu: empatado em conquistas com o Estudiantes de La Plata, vem atrás do rival Boca Juniors (6) e do maior campeão de todos, o Independiente (7). Jogou seis finais antes desta e venceu quatro delas (1986, 1996, 2015 e 2018). Seu último vice-campeonato foi em 1976.
O Flamengo: joga a Libertadores pela 15ª vez e busca seu 2º título. Um dos clubes mais campeões do Brasil, é historicamente criticado pela incapacidade de repetir esses resultados no continente: de fato, a atual campanha foi apenas a quarta vez que atingiu a fase semifinal da Copa, e é somente sua segunda final. A ideia, agora, é mudar essa tradição negativa. Na única decisão que jogou, em 1981, foi campeão.
A rivalidade: será a 15ª final direta entre argentinos e brasileiros na Libertadores. Os argentos levam ampla vantagem, com nove títulos nesses confrontos (1968, 1974, 1977, 1984, 1994, 2000, 2003, 2007 e 2009), mas o Brasil venceu nas duas últimas vezes em que o encontro ocorreu: o Corinthians derrotou o Boca Juniors em 2012 e o Grêmio superou o Lanús em 2017. Outros brasileiros campeões contra argentinos: Santos contra Boca em 1963, Cruzeiro contra River em 1976 e São Paulo contra Newell’s Old Boys em 1992.
O local: Lima já recebeu três finais de Libertadores antes dessa. Em 1972 e 1997, por conta dos clubes do próprio país: na primeira, o Universitario de Deportes duelou com o Independiente de Avellaneda e, após um 0x0 na capital peruana, foi derrotado na Argentina. Na segunda, o Sporting Cristal também ficou no 0x0 em casa e perdeu a volta, para o Cruzeiro. A primeira das finais na cidade, porém, foi em situação semelhante à de hoje: como campo neutro, embora não fosse jogo único. Em 1971, Nacional e Estudiantes não conseguiram determinar um vencedor nos dois primeiros jogos e fizeram o desempate no Peru. Os uruguaios conquistaram o título vencendo por 2x0. Todas as finais anteriores em Lima aconteceram no Estádio Nacional. Será a estreia do Monumental, atualmente o maior estádio da América do Sul em capacidade, nas decisões.
A data: 23/11 é um dia que parece predestinado aos flamenguistas. Foi justamente nele que o clube conquistou seu único título, em 1981. Esta será a quinta data do calendário a proclamar mais de um campeão da Libertadores na história. As outras: 2/7 (campeões de 2003 e 2008), 27/7 (campeões de 1979, 1984 e 2016), 13/8 (campeões de 1997 e 2014) e 30/8 (campeões de 1962 e 1995). Em termos de dias da semana, porém, o Flamengo de 1981 deve continuar solitário por muito tempo: é o único time a erguer a taça em uma final disputada na segunda-feira. Tradicionalmente, os campeões eram definidos nas quartas-feiras, mas a Libertadores já teve vencedores em todos os dias da semana: 4 no domingo, 1 na segunda, 3 na terça, 36 na quarta, 9 na quinta e 4 na sexta. Será a 3ª vez que um campeão é definido no sábado. As anteriores ocorreram em 1974 e 1987.
Nota dos editores
A Libertadores na vida de quem faz o Giro Latino
O dia em que Cleiton escalou os Andes
Não era fácil ser palmeirense de 2001 em diante. Corroído por corrupção, péssimas gestões e times modorrentos, o palestra do novo milênio era um sinônimo de zica. A torcida adotou o lamento como um mantra próprio. “Coisas de Palmeiras” ou “parmerada” – para os momentos de dor horrível em viradas inexplicáveis nos acréscimos e goleadas sofridas para ASAS de Arapiraca, Vitórias, Goiases e Santo Andrés. Naquele tempo, chegar à Libertadores, por qual via fosse, era um triunfo de muito custo. Mesmo assim, como era tenebroso e viciante torcer pelos bagres da época.
Em 2009, com Luxemburgo, voltamos à competição continental um pouco mais fortes. Para o então moleque, filho da geração Série B, era a melhor esquadra desde a geração multicampeã dos anos 90 (o que não significava muita coisa). Como a zica maldita ainda pairava nas alamedas de Perdizes, é claro que não poderíamos sonhar com o bi sem precisar de uma façanha. O título de 1999 completava seus dez anos e o Palmeiras precisaria passar pelo GRUPO DA MORTE para reconquistar a América (no bom sentido, latinos).
Após vencer o Real Potosí sem muita dificuldade pela pré, caímos no alçapão com a Liga Deportiva Universitaria de Quito, “só” a atual campeã, o tradicional Colo-Colo e talvez o melhor Sport Recife da história, que contava com a temida Ilha do Retiro (ainda tenho medo). Jogo vai, jogo vem, a vaga seria decidida no final, numa tensa quarta-feira, dia 29 de abril. Marcos, Maurício Ramos, Danilo e Marcão (deus do céu...); Wendel (Willians), Pierre (Evandro), Souza, Cleiton Xavier, Diego Souza (Ortigoza) e Pablo Armero; Keirrison. Sei lá, seria na FEZINHA mesmo.
Jogo vai indo pro fim, sem grandes chances. Eu, sozinho na casa de meu avô – não pude ver o jogo com meu supersticioso pai por algum motivo no dia, o que naturalmente já me deixou revoltoso – estava fazendo as contas por mais um fracasso. Seria, porém, um fracasso mais digno. Naqueles tempos, cair, ainda que na fase de grupos, era reclamar de barriga semi-cheia. Eis que aos 42 minutos do segundo calço, o tiricento Cleiton Xavier – que, pouco se lembram, vinha jogando um futebolzinho horroroso – todo torto, me acerta um petardo enviesado que vai parar no cume mais alto dos Andes, dentro do círculo de pedra dos antigos jogos de bola dos nativos centro-americanos, com a precisão que não teriam os balotes soviéticos que apontavam para os ianques desde Cuba em 1962. Foi o chute mais belo e certeiro, precedido pela maior SEQUÊNCIA de xingamentos e sugestões alternativas para a mesma jogada. Era o extremo oposto da parmerada, o soro antiofídico verde da catástrofe, a claraboia copeira do quarto escuro em que todos nós palestrinos vivíamos.
Sim, não ganhamos a segunda copa. Aliás, o restante do ano redefiniu o conceito de zica, dando-nos o sabor de um título nacional por 19 rodadas, que terminou com o gosto de cera de ouvido, com sequer uma vaga na Libertadores da América do ano seguinte. Nem vou chamar de “coisas da vida”, porque isso não é normal, não. Mas na noite de abril, quando Cleiton me fez feliz, fui feliz. Como tenho sido desde que me entendo como palmeirense. (por Lucas Berti)
O outro gol de Medellín
Quando a bola de William Vázquez encontrou as redes do Grêmio e a imagem da transmissão se embaçou – ainda não tenho certeza se pelas lágrimas ou porque faltava ajustar o foco quando deram zoom na comemoração –, o sonho estava definitivamente terminado. Em maio de 2003, o Independiente Medellín fez 2x1 em cima de nós aos 45 do 2º tempo e nos eliminou daquela Libertadores. No mesmo local onde havíamos sido bicampeões da América oito anos mais cedo, sofríamos uma das nossas quedas mais dolorosas na competição. Era muito mais do que isso, embora ainda não soubéssemos. Era, também, com algumas temporadas de atraso, o fim definitivo dos anos 90 e de tudo o que eles representavam. Amanhecíamos desamparados, para o primeiro dia depois da morte de um Grêmio grande, que levaria muitos anos para voltar.
Os sinais estavam por toda a parte: o Grêmio havia feito um Gauchão patético, tinha um início de Brasileirão medíocre, e só jogava um futebol decente na Copa continental. Se todo o resto já ia mal no ano do centenário, a mentira que contávamos para nós mesmos era que não passava de uma questão de prioridades: no momento em que tirássemos os olhos da Libertadores, de preferência com o Tri nas mãos, tudo voltaria ao normal. E tínhamos, de fato, razões para acreditar. Hoje sabemos que o Grêmio de 2003 brigou para não ser rebaixado até a última rodada, mas aquele time era muito superior ao que – dilacerado – acabaria realmente caindo um ano mais tarde. Era um Grêmio que ainda tinha Danrlei no gol, Ânderson Lima e Roger nas laterais, que via nomes como Tinga, Rodrigo Fabri e Gilberto controlando o jogo e, no ataque, tinha a explosão de Luís Mário e a promessa de infinitos gols de “Jesus” Christian. Era um time que ainda tinha TITE na casamata.
Mas, quando a crise interna é grande, você pode ter os melhores nomes do mundo e a coisa simplesmente não dar liga. O ano já havia começado com o Inter nos derrotando, de virada, dentro do Olímpico, em um jogo que encerrou nossa histórica série de 13 Gre-Nais sem derrota. Aquele jogo foi parte de um estadual encurtado em que nós, Inter, Juventude e Caxias fizemos um grupo à parte – no qual o Grêmio conseguiu cometer o fiasco de ser eliminado em último lugar e sem vencer qualquer jogo. Ainda não era nem mesmo metade da temporada e só a Libertadores parecia capaz de nos salvar. Naquele fim de maio em Medellín, nem isso.
Danrlei já havia falhado no jogo de ida, quando empatamos por 2x2 em Porto Alegre, e foi catastrófico na partida de volta. O Independiente abriu o placar no Atanasio Girardot graças a um frangaço do nosso goleiro em um chute de muito longe. A esperança voltou rápido, com um belo gol de falta de Ânderson Lima, e pelo restante do jogo o empate não pareceu capaz de ser tirado do placar por nenhum dos times. Na época, a Copa não tinha gol qualificado, e teríamos que testar a sorte nos nunca desejados pênaltis. Nem para isso houve tempo, entretanto, quando Danrlei falhou em mais um chute de longa distância, espalmando para escanteio uma bola que poderia ter encaixado. No corner, o gol. No gol, o fim – de tudo.
O que veio depois, todo gremista sabe bem. A história do futebol gaúcho entre 2003 e 2016 é, da perspectiva tricolor, uma trajetória de corações partidos, frustrações sem fim, apequenamentos, dúvidas, glórias do maior rival, derrotas nos momentos decisivos e, pouco a pouco, regressos, culminando com a redenção. Depois de sermos destruídos aos 45 do 2º tempo naquele jogo em Medellín, no mesmo Atanasio Girardot onde a memória de 1995 havia sido muito mais doce, seria necessária outra década e meia para o sonhado Tri da Libertadores finalmente acontecer. Para o Grêmio efetivamente voltar do rebaixamento, futebolístico e moral, que lhe foi imposto no início do século. Em 2017, tantos anos depois, finalmente vivemos a manhã seguinte à longa noite escura que começou naquele gol de William Vázquez.
E é por conhecermos tão bem a escuridão que soubemos nos deliciar na hora da liberação. Em algum momento a noite voltará, o futebol é desgraçado assim mesmo – e talvez os primeiros sinais até já estejam aí, com 5x0 incluído. Mas, agora, esperamos que o sol ainda esteja por volta das três da tarde. (por Maurício Brum)
O Giro Latino é uma newsletter produzida por Girão da América, Impedimento e Fronteira.
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