🇧🇴 Evo denuncia 'golpe forjado' e colide com Arce na Bolívia
GIRO #239 | Ex-presidente aprofunda fratura interna na política local ao sugerir, até aqui sem provas, que presidente Arce “mentiu ao mundo com denúncia de golpe”. Discurso vira ‘munição’ para direita
Na última quarta-feira de junho (26), quando militares em seus blindados invadiram o Palácio de Governo em La Paz para tentar dar um golpe no poder boliviano (recapitule aqui), os antigos aliados Luis Arce, atual presidente, e o ex-mandatário Evo Morales (2006-2019) concordaram com duas coisas: que aquele inesperado aquartelamento (debelado algumas horas depois) era inaceitável e que a democracia boliviana merecia ser defendida a qualquer custo, acima de tudo.
Mas, se naquele momento o quase-golpe serviu para ‘unir’ no campo retórico os dois políticos rompidos há anos, o discurso uníssono não ressoou por muito tempo. Menos de uma semana depois, Evo causou um verdadeiro alvoroço ao sugerir, no domingo (30), que Arce havia “mentido para os bolivianos e para o mundo” usando “lamentavelmente um tema tão delicado como uma denúncia de golpe” para forjar um cenário a seu favor.
A resposta foi rápida: “Evo Morales, não se engane mais uma vez! Claramente, o que aconteceu foi um golpe militar falido. Não fique do lado do fascismo que nega o ocorrido”, rebateu o presidente, prometendo que todos os envolvidos no ato golpista do fim de junho seriam – assim como ocorreu após 2019 – processados e julgados.
Com o passar dos dias, a crise se aprofundou. E até rompeu as fronteiras.