🇨🇺 EUA ignoram críticas e mantêm Cuba em lista de ‘terrorismo’
GIRO #262 | Apesar de alertas de Brasil e autoridades globais, governo Biden se despede sem reverter medida imposta por Trump em 2021; volta do bilionário à Casa Branca leva novas tensões a Havana
Dando mais uma amostra de que, quando o assunto é Cuba, a posição diplomática dos EUA é sempre uma disputa entre o pior e o menos pior, o sainte secretário de Estado do país do norte, Antony Blinken, descartou na quarta (11) a possibilidade da Casa Branca suavizar o discurso em relação à ilha antes de 20 de janeiro, quando se inicia o novo mandato de Donald Trump. “Não prevejo nenhuma mudança na nossa política para Cuba por parte deste governo”, disse Blinken. Daqui a cerca de um mês, além da troca no Executivo, o secretário será substituído pelo cubano-estadunidense – e extremamente conservador – Marco Rubio, dono de um discurso ainda mais duro contra governos de esquerda na América Latina e temas migratórios.
As falas de Bliken encerram de vez as (já remotas) esperanças que Havana tinha de se ver fora de uma lista de “países patrocinadores do terrorismo”, uma criticada inclusão feita nos últimos dias do primeiro mandato trumpista, em janeiro de 2021. Vale diferenciar: em maio passado, os EUA até retiraram os cubanos de uma outra lista unilateral com sanções mais brandas, essa de “países que não cooperam plenamente no combate ao terrorismo”, uma reversão celebrada pelo Brasil do presidente Lula. Mas tanto Brasília quanto várias vozes internacionais seguiram cobrando que Washington fosse pelo mesmo caminho a respeito dessa outra lista de supostos ‘patrocinadores’ de atos terroristas. Segundo o Itamaraty declarou à época, dessas designações “derivam pesadas e injustificadas sanções ao país caribenho”. Os apelos, porém, não foram ouvidos.
Sem receber qualquer contrapartida da Casa Branca nos momentos finais do governo Joe Biden, Cuba agora aguarda apreensiva o iminente retorno do bilionário republicano. E se as chances de respaldo já eram ínfimas nos anos democratas, tudo se esvairá completamente a partir de 2025, como o primeiro mandato trumpista fez questão de mostrar.