🇪🇨 Equador: rixa entre Correa e Iza gera alertas para 2º turno
GIRO #269 | Em cenário polarizado que prevê ‘voto a voto’, desavenças entre correÃsmo e lideranças indÃgenas podem comprometer apoio que será crucial para vitória da esquerda em votação de 13 de abril

Contrariando projeções de institutos e frustrando as ambições do atual presidente Daniel Noboa, que chegou a sonhar com uma vitória em primeiro turno, a etapa inicial das eleições presidenciais no Equador, no domingo (9), teve um desfecho inesperado – e entusiasmante para a esquerda: empate técnico entre o mandatário e Luisa González, representante da oposição correÃsta.
Com quase todas as urnas apuradas, Noboa terminou o páreo ligeiramente à frente da adversária – uma vantagem, no entanto, irrisória: em um universo de mais de 11 milhões de eleitores que compareceram às urnas, cerca de 18 mil votos separaram o presidente (44,16%) da oponente (43,99%), revelando não apenas um segundo turno totalmente aberto, mas também um cenário de extrema polarização (inclusive no Congresso) – ao contrário do que se viu nas eleições de 2023, que colocou os mesmos Noboa e Luisa no turno de desempate somando apenas 57% dos votos entre si, o voto de agora se desfragmentou, derretendo as demais candidaturas.
E é aà que mora o X da questão: com quase tudo se concentrando na batalha elementar travada entre governistas e a principal sigla de oposição, cada voto vai contar no turno final, em 13 de abril. Isso torna crucial o destino dos votos de Leonidas Iza, terceiro lugar na disputa eleitoral com 5,24%, o equivalente a mais de meio milhão de votos.
À primeira vista, por questões ideológicas, pareceria óbvio o apoio de Iza – representante do Movimento de Unidade Plurinacional Pachakutik e presidente da Confederação das Nacionalidades IndÃgenas do Equador (Conaie) – a Luisa González. No entanto, antigas agruras polÃticas e ambientais entre os movimentos originários e o correÃsmo tornam o futuro incerto, fato que se confirmou em um novo bate-boca entre o candidato indÃgena e figuras históricas do movimento, inclusive o próprio ex-presidente Rafael Correa, após o primeiro turno. Leia o GIRO para entender essa disputa e todo o contexto por trás.