Coronavírus: PIB latino pode cair 12%
35 mortes e 3.272 casos na região ▪ Presidente do México conta com "coração de Jesus" contra vírus ▪ Plebiscito adiado no Chile ▪ País a país, um resumo das notícias do continente, no Giro Latino #22
Conforme a contagem de vítimas aumenta exponencialmente, a América Latina prepara seus hospitais, fecha fronteiras e impõe quarentenas obrigatórias. O covid-19 havia vitimado, até o início da madrugada deste sábado (21), 35 pessoas nos países latinos, com 3.272 casos confirmados em todos eles, inclusive o Brasil. Estamos atualizando os casos constantemente em nossas páginas e aqui você pode ler um detalhamento por país.
Além da dor humana imediata, virão também tempos difíceis para a economia do continente. A América Latina será uma das regiões mais afetadas pelos efeitos da pandemia na economia global, segundo especialistas do JPMorgan, um dos maiores bancos de investimento do mundo. Eles estimam que a atividade econômica da região deve apresentar um crescimento negativo no 2º trimestre de 2020, na ordem de -12%. Caso a previsão se concretize, será o pior resultado trimestral desde a crise financeira de 2008. A AL, por sinal, já seria a região a menos crescer no mundo: antes mesmo do surto viral, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimava um crescimento tímido de 0,2% para o ano. No Brasil, os analistas agora estimam uma retração de 10% no próximo trimestre e 1% no ano, devolvendo o país à recessão (a FGV fala em até -4,4%).
De acordo com Gregory Daco, economista-chefe da Oxford Economics, países estarão diante do “paradoxo do lockdown”. A tese explica que a situação em tempos de crise geral, com restrição a comércio e o transporte, é justamente o que leva um país a um estágio de recessão. A integração também pode ser afetada, sobretudo pela postura dos líderes latino-americanos. Se os presidentes de Brasil e México, Bolsonaro e AMLO, ignoram os riscos do vírus, o de El Salvador, Nayib Bukele, goza de apoio interno, mas gerou uma tensão com a diplomacia mexicana (mais detalhes nas notícias sobre os países). Ainda que o número futuro de mortos e afetados pelo coronavírus ainda seja impossível de estimar, é um consenso que o continente precisará de um bom tempo para se recuperar.
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ARGENTINA 🇦🇷
Com voos cancelados entre Brasil e Argentina, brasileiros passaram dificuldade para deixar o país vizinho. Ao contrário das ações tomadas em Brasília, o governo Alberto Fernández considera que a entrada de pessoas vindas do Brasil (o país com mais casos em toda a América Latina, 977 até ontem) apresenta riscos. Na Folha.
Segundo estimativas, mais de 10 mil argentinos têm 100 anos ou mais, o que preocupa autoridades de saúde. Apesar de o presidente Fernández ordenar que pessoas com mais de 65 fiquem em casa, muitos idosos, por teimosia ou falta de informação, descumpriam as regras antes da quarentena total ser decretada no país. Na Al Jazeera.
De porta em porta em hotéis, autoridades estão expulsando estrangeiros que por ventura insistam em descumprir as ordens de quarentena. Durante a semana, pelo menos 270 pessoas, maioria europeus, deixaram o país. O país entrou em quarentena total na noite de quinta (19). Na BBC.
Apesar dos esforços para impedir saídas à rua após o início da quarentena obrigatória (com exceções), muitos argentinos seguem desrespeitando as medidas extremas para conter o avanço do coronavírus. Até a noite de sexta-feira (20), mais de 200 pessoas já haviam sido detidas por não seguir as ordens de permanecer em casa. No Clarín.
BOLÍVIA 🇧🇴
Com eleições gerais marcadas para 3/5, o governo interino e o agora partido de oposição (MAS, de Evo Morales) parecem não estar assustados com o coronavírus. Com 19 casos confirmados, a Bolívia caminha para uma votação incerta, que pode levar a um boom de infecções. O TSE, até o momento, segue com a programação habitual. Em El Deber.
Diante da crise econômica iminente causada pelo covid-19, a Câmara dos Deputados aprovou uma lei para aliviar as despesas dos bolivianos: enquanto durar a emergência, os custos de serviços básicos como água, gás, energia e comunicações terão desconto de 50%. Em El Deber.
CHILE 🇨🇱
O presidente Sebastián Piñera decretou estado de exceção no país por conta do coronavírus, na quarta (18), quando o país já contava 238 casos confirmados (na sexta à noite, eram 434). Por 90 dias, setores de saúde serão priorizados, com direito a repasses e Forças Armadas nas ruas. O surto também mexeu no calendário e adiou o evento político mais importante em 2020: o plebiscito para a nova Constituição, até então marcado para o dia 26/4. Nesta quinta, parlamentares concordaram em adiar a decisão para 25/10 – exatamente uma semana após o primeiro aniversário do estopim das manifestações de 2019. Em La Jornada.
Na terça (17), a senadora Adriana Muñoz se tornou a segunda mulher a presidir a casa, depois de, em 2002, ter também feito história ao ser a primeira a ocupar o cargo de líder na Câmara dos Deputados. Ela criticou a violência do Estado durante as revoltas de 2019, e disse que a gestão do agora ex-líder do Senado, Jaime Quintana, foi “uma das mais difíceis da era democrática”. Antes de Muñoz, Isabel Allende (filha do ex-presidente golpeado por Pinochet e prima da escritora de mesmo nome) também ocupou o posto. Em La Tercera.
Un clic:
COLÔMBIA 🇨🇴
Em meio ao fechamento de fronteiras, os próprios colombianos estão sendo proibidos de voltar ao país. O desespero vem diante do anúncio do presidente Iván Duque de que o país ficará fechado por 30 dias, com início no dia 23/3. O próprio Duque chegou a ser testado para o novo vírus, após se encontrar com um político infectado, mas o resultado voltou negativo. Na Bloomberg.
Conforme o transporte internacional vai parando pela pandemia, o maior aeroporto da Colômbia se prepara para os últimos 18 voos que virão antes da paralisação das atividades pelo próximo mês, a partir de segunda (23). A operação do Aeroporto Internacional El Dorado às vésperas do raríssimo fechamento inclui câmeras térmicas que disparam um alarme se uma pessoa está acima dos 37,5 graus de temperatura. Em El Tiempo.
A Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC) divulgou um comunicado que denunciou o aumento de indígenas assassinados sob o governo Iván Duque. Segundo o informe, 162 foram mortos e quase 7 mil foram afetados por deslocamentos em massa. Na teleSUR.
COSTA RICA 🇨🇷
O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por coronavírus ao longo da semana, as primeiras do país desde o início do contágio. Nos dois casos, homens de 87 anos. O segundo tinha um histórico de problemas de saúde. Ambos estavam na UTI. O presidente Carlos Alvarado lamentou os falecimentos. No VOA.
Em março de 1920, há exatos cem anos, outra pandemia atingia a Costa Rica em cheio: enquanto a maior parte do mundo sofreu com a Gripe Espanhola entre 1918 e 1919, o país centro-americano teve o pior momento da crise mais tarde. Quase 2,3 mil pessoas padeceram em pouco mais de um mês. Em La Nación.
CUBA 🇨🇺
A ilha registrou sua primeira morte por covid-19 na quarta (18). A vítima é um turista italiano de 61 anos, diz o Ministério da Saúde. O homem era um dos três primeiros casos confirmados pelo governo (agora são 16 contaminados em Cuba). Muitas embarcações têm sido recebidas na ilha para o cuidado dos infectados. Em El Nuevo Día.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores de Cuba confirmou na última segunda (16) a recepção de tripulantes do cruzeiro britânico MS Braemar, que vinha vagando pelo Caribe após ser rejeitado em todos os outros portos em que tentou atracar. Alguns dos passageiros testaram positivo para coronavírus e desembarcaram na ilha para os primeiros cuidados, aguardando repatriação aérea para seus países. O navio transportava mais de mil pessoas, entre passageiros e tripulantes. Via AP.
Una palabra:
Cacerolazo – literalmente “panelaço”, forma de protesto comum em todos os cantos da América Latina. Na região, surgiu para reclamar contra a inflação no Chile de Salvador Allende, no início dos anos 1970: batia-se nas panelas para indicar que estavam vazias devido à carestia. Embora tenha aparecido como uma manifestação da direita chilena, com o passar das décadas o protesto tem sido utilizado na região inteira, por revoltados de todos os vieses.
EL SALVADOR 🇸🇻
Conhecido pelos dotes millennials – com certo destaque para o Twitter – o presidente Nayib Bukele gerou seu primeiro conflito diplomático em 280 caracteres. Após acusar o governo mexicano de enviar uma aeronave com passageiros infectados, o salvadorenho foi desmentido por autoridades do país ao norte. A equipe do chanceler Marcelo Ebrard disse que a informação é “absolutamente falsa” e que Bukele usou sua conta oficial para desqualificar autoridades do México. No Expansión.
Pesquisa de opinião divulgada pelo instituto costa-riquenho CID Gallup apontou que Bukele navega em popularidade após impor uma quarentena preventiva em El Salvador, antes mesmo que o país confirmasse seus primeiros casos (na noite de sexta, havia três confirmados, o primeiro deles na quinta-feira). De acordo com a enquete, 96,7% dos salvadorenhos apoiaram as medidas extremas do presidente para tentar conter o vírus.
Com o futebol inteiramente paralisado para evitar aglomerações e contágios, um continente onde o esporte ganha ares de religião ficou órfão dos jogos em meio à temporada – e os organizadores começam a pensar em alternativas. El Salvador foi o primeiro país da região a tomar a decisão drástica de dar seu campeonato local por encerrado. Com apenas metade dos jogos disputados, o líder no momento da interrupção foi declarado campeão. Um vencedor inédito: o Once Deportivo, um clube fundado no ano passado. No Record.
EQUADOR 🇪🇨
A prefeita da cidade de Guayaquil, Cynthia Viteri, ordenou que vários carros bloqueassem a pista de aterrissagem do aeroporto local para impedir o pouso de um avião da espanhola Iberia. A aeronave tentava repatriar espanhóis e viajava só com a tripulação. Após a confusão, que será investigada pelo Ministério Público, o pouso foi feito em Quito sem grandes dificuldades. A prefeita, que está infectada, falou que assume toda a responsabilidade pela decisão incomum. Em El Confidencial.
Pelos dados oficiais, o Equador é um dos países mais afetados pelo coronavírus na região: embora tenha apenas a oitava maior população da AL, o país fechou a sexta-feira em segundo lugar no número de vítimas fatais (7, atrás do Brasil) e em terceiro no total de casos confirmados (426, superado por Brasil e Chile). Em El Universo.
GUATEMALA 🇬🇹
O presidente Alejandro Giammattei, que é médico, disse que o país está preparado para o coronavírus e garante que já está em construção da maior UTI de toda a América Central, com capacidade para receber 48 pacientes simultaneamente. Até a noite de sexta (20), a Guatemala registrava 13 casos confirmados, com uma morte. Em La Prensa.
Un hilo:
Entenda as diferenças na contagem de casos e letalidade do coronavírus em cada país.
HAITI 🇭🇹
Um imigrante haitiano foi gravado dirigindo críticas à postura do presidente brasileiro Jair Bolsonaro diante do surto de coronavírus no país. “Bolsonaro acabou, você não é mais presidente”, disse o homem. O líder de extrema direita tem ignorado a gravidade da pandemia, classificando a situação como “histeria”. No Poder 360.
Em meio ao surto, um grupo de pelo menos 105 imigrantes haitianos está sem saber para onde ir: longe de casa pela imigração e diante da tríplice fronteira (Bolívia, Peru e Brasil) fechada, ocupam praças do pequeno município de Assis Brasil, no Acre. Na BBC.
O Haiti foi o último país que monitoramos no GIRO a confirmar casos de coronavírus na região, ao anunciar dois testes positivos na quinta (19) à noite. A demora, muito provavelmente causada pela precariedade da estrutura sanitária mais do que por uma ausência real de casos antes disso, não deve evitar o pior: nação mais pobre das Américas, o combalido Haiti já teme as consequências do covid-19 e entrou em quarentena total tão logo as confirmações vieram. Na BBC.
HONDURAS 🇭🇳
Durante um tour de caridade no país, um time feminino de futebol americano ficou preso por conta do fechamento das fronteiras. Quando as atletas estadunidenses chegaram a Tegucigalpa, o governo havia registrado só três casos, números que subiram para 24 ao fim da semana. Elas foram repatriadas na sexta (20) à tarde, horas antes de Honduras entrar em toque de recolher permanente até, pelo menos, 29/3. Na CBS.
MÉXICO 🇲🇽
Assim como Bolsonaro no Brasil, o presidente Andrés Manuel López Obrador tem sido alvo de críticas por sua postura diante da pandemia – ainda mais sendo o México o segundo país mais populoso da América Latina. Durante uma coletiva de imprensa, disse que usa um amuleto “protetor contra o coronavírus”: “o coração de Jesus está comigo”. Ao contrário dos vizinhos – mesmo os instáveis centro-americanos – o México “não tomará medidas drásticas”, disse AMLO. O caso aconteceu pouco depois de o país confirmar a primeira morte em razão do vírus (agora, já são duas). Na CNN.
NICARÁGUA 🇳🇮
O país finalmente quebrou o silêncio e confirmou o primeiro caso de coronavírus, após dias sem informações. O homem de 40 anos chegou ao país nas últimas semanas, depois de um período no exterior. O governo Ortega, muito criticado, ainda não deu mais detalhes nem fechou fronteiras. Companhias aéreas já suspenderam voos para o país, que confirmou um segundo caso na sexta-feira. Em La Prensa.
PANAMÁ 🇵🇦
Imagine ficar preso com mais 300 pessoas em uma rave, em uma das regiões costeiras mais lindas do mundo. É o caso de festeiros do Tribal Gathering Festival, localizado na Playa Chiquita. Por ordem do governo, em função da pandemia, ninguém pode sair até o dia 23/3. Ainda que pareça uma folga estendida, participantes relatam que foram “esquecidos” pelo poder público. Até o momento, ninguém foi infectado. No Panamá América.
A panamenha Copa Airlines vai interromper todas as suas atividades por um mês, começando às 23:59 de domingo (22) e seguindo sem voos até 22/4. O objetivo é facilitar a contenção do coronavírus no Panamá, que tem a maior taxa de infectados per capita de toda a América Latina (4,76 casos a cada 100 mil habitantes até sexta), ao interromper as costumeiras conexões com 33 países. Em La Estrella de Panamá.
Una cuarentena:
PARAGUAI 🇵🇾
Por conta do coronavírus, o presidente Mario Abdo Benítez anunciou o fechamento da Ponte da Amizade, principal ponte de acesso entre Paraguai e Brasil, na terça (17). Em meio ao anúncio, pelo menos 2 mil estrangeiros foram barrados na fronteira. O fechamento deve ser mantido, inicialmente, por 15 dias. No EM.
O Paraguai entrou na lista de países latinos com vítimas fatais do covid-19 na noite de sexta (20): um médico de 69 anos que teria contraído o vírus ao entrar em contato com um “caso importado”. Pelo protocolo sanitário, ele não poderá ser velado pela família, mas ainda não havia definição se o corpo seria cremado ou enterrado. Ao todo, o país contabilizava 18 doentes pelo coronavírus ao fim da sexta-feira. No ABC Color.
PERU 🇵🇪
O escritor Mario Vargas Llosa foi censurado na China, após escrever que o coronavírus poderia não ter surgido se o país asiático fosse “livre e democrático”. A embaixada chinesa em Lima classificou as declarações como “irresponsáveis”. Como resposta, Pequim tirou todos os livros do peruano de suas plataformas digitais. Em El Nacional.
O presidente Martín Vizcarra tem sido elogiado por seu papel na crise. Entre os informes divulgados pelo governo, anunciou Víctor Zamora como novo Ministro da Saúde, no lugar de Elizabeth Hinostroza, após o país confirmar suas primeiras quatro mortes em um intervalo de 24 horas. O perfil do novo responsável pela pasta, em El Comercio.
REPÚBLICA DOMINICANA 🇩🇴
No último domingo (15), apesar da pandemia, dominicanos foram às urnas decidir sobre importantes cargos municipais no país (158 prefeitos no total). Durante a semana, a apuração apontou a vitória da oposição social-democrata, representada pelo Partido Revolucionário Moderno. Destaque para a vitória de economista Carolina Mejía, primeira mulher a conquistar o cargo de prefeita da capital Santo Domingo. Mesmo com o coronavírus, políticos dominicanos, entre acusações de fraude, não demonstram muita preocupação pelos riscos de seguir adiante com a eleição de domingo: em vez disso, parecem estar de olho no pleito presidencial, marcado para 17/5 – e que tem grande chance de acabar adiado. No Acento.
Como em outros países da região, a parcela mais rica da população tem sido a responsável por importar o vírus do exterior. Segundo o governo dominicano, o principal foco de contágios no país foi uma festa de casamento da alta sociedade celebrada no último sábado (14), que contou com grande presença de estrangeiros. Os casos confirmados em solo dominicano subiram exponencialmente, passando de onze para 72 nos últimos sete dias. No Hoy.
URUGUAI 🇺🇾
O presidente Luis Lacalle Pou determinou o fechamento de todas as fronteiras com a Argentina, restringindo a entrada aos cidadãos uruguaios e aos estrangeiros residentes no país vizinho, além de ajuda humanitária e mercadorias. Pontos de fronteira com o Brasil também foram fechados. Com 110 casos confirmados e a maior taxa per capita da América do Sul (3,14 a cada 100 mil habitantes), o país tenta evitar um surto. A decisão foi tomada durante a reunião virtual do Prosul, da qual só Jair Bolsonaro não participou entre os presidentes dos países-membros. Em La Diaria.
Por 23 votos a 10, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, foi reeleito para mais cinco anos de cargo. Rival de Maduro, o uruguaio foi duramente criticado pela postura da Organização durante as polêmicas eleições bolivianas em 2019, que culminaram na renúncia forçada de Evo Morales. No Efecto Cocuyo.
Além do temor pelo coronavírus, uma doença que não tinha novos casos uruguaios há quatro anos volta a atormentar o país: a dengue. Após a confirmação de um caso autóctone na cidade de Salto, em 5/3, o primeiro desde 2016, o Ministério da Saúde encontrou outro infectado em Pocitos (bairro de Montevidéu) nesta sexta (20), embora não tenha precisado se o local da infecção foi o próprio Uruguai ou o Caribe, onde a pessoa estivera recentemente. Nos últimos quatro anos, todos os pacientes com dengue no Uruguai haviam se infectado no exterior, principalmente no Brasil e no Paraguai, regiões endêmicas da doença. Em El Observador.
VENEZUELA 🇻🇪
Às margens de um novo colapso na área da saúde, o governo Maduro solicitou um empréstimo de US$ 5 bilhões ao FMI, por meio de uma carta à diretora Kristalina Georgieva. Sem demora, o Fundo negou o pedido, dizendo que o socorro é restrito a governos reconhecidos pela comunidade internacional – que, na maioria, vê o opositor Juan Guaidó como líder legítimo ou, pelo menos, questiona a reeleição de Maduro em 2018. Mesmo antes da crise, sob Chávez, a Venezuela já acusava o FMI de estar “a serviço do imperialismo”. Na BBC.
Diante da escassez de mantimentos, funcionários do hospital Concepción Palacios, em Caracas, se juntaram para fazer 2,8 mil máscaras. E tudo à mão. Os responsáveis pela empreitada inevitável dizem que medidas dessa natureza são cada vez mais comuns. Via AP.
Situação corriqueira no país, os números oficiais divulgados pelo governo quanto a qualquer tema são alvo de questionamento. Depois de anos com a inflação, PIB e desnutrição, entre outros dados, sendo vistos como maquiados pelo chavismo, agora são os infectados pelo coronavírus que causam desconfiança: na sexta (20), o governo não atualizou o número de casos confirmados de covid-19 na Venezuela, mantendo a estatística em 42 pessoas, mas veículos como o jornal opositor El Nacional e observadores internacionais asseguram que já seriam pelo menos 65 infectados no país. O próprio Maduro disse que “todos” os que foram a uma “festa em uma ilha” deram positivo para o vírus, mas não precisou de quantas pessoas estava falando.
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O Giro Latino é produzido por Girão da América, Impedimento e Fronteira.