🇨🇷 Como um presidente sem direito à reeleição tenta se perpetuar no poder na América Central
GIRO #291 | Com aprovação em alta apesar de falta de apoio no Congresso, direitista costa-riquenho Rodrigo Chaves busca fazer sucessor enquanto tenta mudar leis para voltar rapidamente à Presidência

Faltando pouco mais de meio ano para as eleições gerais na Costa Rica, o país vê seu presidente diante de uma das mais peculiares encruzilhadas políticas do continente.
Infame por escândalos na vida privada, com uma crise de segurança pública nas costas, sem apoio no Congresso e acossado por dois processos judiciais que – no limite – podem até derrubá-lo antes de concluir o mandato, o conservador Rodrigo Chaves continua mantendo altos índices de popularidade. E há pouca dúvida entre aliados e opositores de que, se fosse submetido ao teste das urnas amanhã, o líder costa-riquenho provavelmente seria reeleito.
Só que ele não pode.
Nem amanhã, nem em fevereiro de 2026, quando as eleições acontecem, e sequer no pleito seguinte, em 2030, caso siga valendo o que diz o atual texto da Constituição.
O GIRO de hoje destaca o dilema dos corredores do poder em San José na última semana, quando o governo anunciou o partido que tentará levar adiante sua bandeira política: é a história de um presidente com poderes bem mais limitados do que seu amplo respaldo popular indica, de uma briga de aliados para tentar devolvê-lo ao poder o quanto antes e dos esforços de uma oposição que tenta fazer precisamente o oposto – manter Chaves o mais longe possível da cadeira presidencial pela próxima década.