🇧🇴 Bolívia: esquerda segue dividida e sem principais nomes para eleições
GIRO #283 | Definição de chapas aprofunda incerteza sobre futuro da esquerda nas eleições de agosto: candidaturas de Evo, Arce e Andrónico Rodríguez não foram inscritas, fortalecendo extrema direita

Terminou na segunda-feira (19) o prazo para inscrição de chapas na eleição presidencial da Bolívia, mas esse não é o fim da novela. Agora, as autoridades eleitorais têm – em tese – até o dia 6 de junho para tomar uma decisão sobre os recursos ainda pendentes.
E não são poucos nem desimportantes os pedidos empilhados sobre a mesa do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) em La Paz.
O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) continua impedido de concorrer, mas mantém em pé sua intenção de se candidatar.
Já o presidente do Senado, o jovem Andrónico Rodríguez, visto por muitos como um possível nome de “união” entre as diferentes alas da esquerda, encontrou um duplo obstáculo – o governo, que desistiu da reeleição de Luis Arce, ainda assim lançou um postulante próprio, matando a expectativa de consenso, enquanto a candidatura de Andrónico ainda não foi aceita oficialmente pela Justiça.
A semana se encerra com mais de 15 recursos em análise no TSE, com os pedidos mais contraditórios possíveis: desde inabilitados querendo concorrer, como o próprio Evo, até pedidos que, se fossem contemplados, cancelariam a personalidade jurídica de 90% dos partidos do país. Assoberbado, o porta-voz do tribunal chegou a falar para jornalistas que já pensa em renunciar ao cargo e que, do jeito que as coisas vão, entende que não há condições mínimas para as eleições previstas para 17 de agosto.
O GIRO desta semana destaca as últimas informações sobre o atribulado processo eleitoral da Bolívia, que prometeu caos – e está cumprindo.