🇸🇻 Antes ‘anti-EUA’, Bukele abraça o trumpismo
GIRO #235 | Posse de líder salvadorenho, outrora crítico ocasional de Washington, contou com presença de figuras influentes do Partido Republicano, incluindo filho de ex-presidente Donald Trump
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A posse do todo-poderoso presidente Nayib Bukele para seu segundo mandato, realizada em um evento cheio de pompa no último sábado (1º), confirma algo que os leitores do GIRO já sabiam que estava no horizonte: pelos próximos cinco anos, o país ficará ainda mais sob o controle absoluto do partido governista Nuevas Ideas – que, além de reeleger Bukele com mais de 80% dos votos em fevereiro, conquistou praticamente todas as cadeiras do Congresso (e até já pavimentou a estrada para que o mandatário se reeleja indefinidamente no futuro).
Para além de todos os abusos aos direitos humanos e os atropelos constitucionais que ajudaram Bukele a conquistar sua popularidade em casa, bem como a virar destaque pelo mundo, um fato chamou atenção: apesar de seguir o receituário de extrema direita quase à risca, o líder salvadorenho manteve por muito tempo um discurso com toques ‘anti-imperialistas’, repudiando críticas a seu governo vindas de Washington e da imprensa estadunidense. Ao mesmo tempo, acenou positivamente para o governo da China, rival geopolítico dos EUA, seja por acordos para a compra de vacinas durante a pandemia ou pelas possibilidades de ampliação do investimento chinês em El Salvador.
Agora, isso pode mudar radicalmente – uma correção de rota que tem tudo a ver com a tentativa do recentemente condenado Donald Trump de voltar à Casa Branca, mostrando que o ‘anti-imperialismo’ de Bukele era mero oportunismo.