🇦🇷 Novos cortes de Milei ameaçam cuidado à saúde mental
GIRO #265 | Com 1,4 mil demissões na Saúde só em janeiro, hospital psiquiátrico teme fechar as portas enquanto suicídios batem recorde na Argentina; Milei celebra: “seguimos com a motosserra”

Cortes, cortes, cortes: sempre sob o indiscriminado pretexto de reduzir as contas do Estado (como se esse fosse o antídoto milagroso para uma crise econômica bem mais complexa), o presidente Javier Milei voltou a agir de forma agressiva contra um setor público chave na Argentina: na quarta-feira (15), o Ministério da Saúde anunciou que não renovaria pelo menos 1,4 mil contratos, citando uma suposta necessidade de “reestruturar” a área da saúde e “redirecionar” políticas sanitárias.
Assim como quando desmantelou órgãos que investigam crimes cometidos pela Ditadura Militar (leia o GIRO #228), o argumento do Executivo se ampara em uma alegada necessidade de eliminar gastos e combater irregularidades. Apesar de se tratar de perdas de emprego, Milei reagiu ao comunicado com uma fria celebração: “seguimos com a motosserra”. Em resposta ao tuíte, até alguns de seus eleitores criticaram o tom celebratório.
Entre as várias entidades de saúde ameaçadas mais uma vez, uma delas voltou a se destacar: o Hospital Laura Bonaparte, um renomado centro especializado no cuidado da saúde mental em Buenos Aires. Em 2024, durante outra criticada leva de cortes, o hospital escapou por pouco de ser totalmente desativado a mando do governo – e só não fechou as portas naquela oportunidade em função da vigília de seus funcionários, de protestos de grupos sindicais e de certa pressão da opinião pública.
O futuro da instituição, porém, parece estar diante de um abismo inevitável em 2025: na quinta (16), reunidos em frente ao centro de saúde com cartazes, profissionais denunciaram uma situação inédita: em janeiro, já não havia médicos de plantão para atender os necessitados. Um quadro dramático que só tende a se agravar por conta da ‘motosserra’ presidencial.