🇲🇽 Imerso em violência, México elege primeira mulher presidenta no domingo
GIRO #234 | Em disputa entre duas mulheres como únicos nomes viáveis, a governista Claudia Sheinbaum já é considerada praticamente eleita por todos os institutos de pesquisa
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Cerca de um mês antes das eleições gerais mexicanas deste domingo (2), nas quais eleitores escolhem presidente, 500 deputados e 128 senadores, além de cerca de 20 mil cargos em nível local, a franca favorita Claudia Sheinbaum decidiu repentinamente cancelar uma visita que faria à cidade de Apatzingán, no estado de Michoacán. O suposto motivo é um resumo do tenso e incerto clima eleitoral no país: figuras próximas à campanha da candidata teriam decidido dar um passo atrás após integrantes de cartéis queimarem veículos no local dias antes – um episódio que se somou a diferentes ataques, que fizeram o mesmo município passar o mês de maio sob intervenção de ações militares pontuais. Sheinbaum, no entanto, negou que a mudança no itinerário tenha sido por esse motivo, alegando apenas uma “agenda indefinida”.
Números recentes dizem que Sheinbaum, ex-cientista ambiental que governou a Cidade do México até junho do ano passado, tem 92% de chance de se tornar a primeira mulher a presidir o país; sua única concorrente viável, a ex-senadora Xóchitl Gálvez, não conseguiu fazer decolar uma coalizão das siglas mais tradicionais. Por isso, nessa votação praticamente decidida, ao menos em âmbito presidencial, tem sido assim: mais do que os debates, as promessas de campanha e a própria corrida eleitoral, quem ganha os holofotes é a violência, sempre ligada aos poderosos grupos do narcotráfico.
“Neste país, para fazer política, é preciso se adaptar à possibilidade de que te matem”, analisou o cientista político Roberto Roldán, em entrevista à BBC no México.